Sem mulheres, a ciência nada seria. E a startup Gerdau Graphene sabe disso

A Gerdau Graphene, centro fundado pela empresa em 2021, tem 56% de mulheres no quadro de colaboradores e 50% no quadro de liderança.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 14 fev 2025, 16h38 - Publicado em 14 fev 2025, 11h00
Cientista mulher olhando sob microscópio e usando notebook em um laboratório.
 (AzmanJaka/Getty Images)
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O Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado anualmente no dia 11 de fevereiro, foi implementado pela UNESCO e pela ONU-Mulheres com um objetivo bem claro: reconhecer o papel fundamental exercido pelas mulheres e pelas meninas na ciência e na tecnologia.

Segundo a UNESCO, a igualdade de gênero é uma prioridade global, e o apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que suas ideias sejam ouvidas impulsionam o desenvolvimento e a paz.

Prioridade que, por ora, está mais no papel do que na prática. Segundo dados da instituição, apenas 33,3% da média global de pesquisadores são mulheres, e 35% dos estudantes das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática são do sexo feminino. 

Dessa forma, torna-se necessário que tanto o setor privado quanto o público desenvolvam e promovam iniciativas que incentivem a participação das mulheres nessas áreas. 

E isso não é só uma questão de números e políticas de diversidade; o pensamento científico se beneficiaria, e muito, de mais mulheres na ciência.

“Quanto mais diversificado e equitativo, quanto mais pensamentos diferentes, melhor para se achar soluções, para se fazer inovação e para caminhar na jornada de desenvolvimento”, afirma Valdirene Peressinotto, Diretora Executiva de Inovação da Gerdau Graphene.

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“Não é algo simplesmente para números. É um esforço para que tenha resultados. Isso porque a diferença de pensamento, de experiências, de vivência, amplia e potencializa em muito desenvolvimento tecnológico e científico. A gente ganha com as experiências de todo mundo”.

Ninguém entende isso melhor que Valdirene. A profissional saiu de Nova Odessa para Campinas, onde começou uma jornada acadêmica da qual seus pais não tiveram acesso. “Eu cresci ouvindo do meu pai que eu precisava estudar, que não era só para trabalhar”, conta. Ela se formou em Química na Unicamp.

“Depois da graduação, as responsabilidades que recaem sobre as mulheres são maiores do que para os homens. É preciso conciliar o peso do estudo, o desenvolvimento da ciência, o trabalho e a família”, afirma. 

Muitas dessas pressões familiares que podem acabar caindo sobre os ombros da mulher podem ser intensificadas pelas condutas da empresa. Na mesma moeda,  essa pressão pode ser aliviada por ações positivas da empresa. 

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Valorizar a situação familiar do colaborador é importante para dar mais segurança não só para as mães, mas para os pais também. Reduzir a pressão de assunto familiares é uma forma de permitir que o casal reveze algumas das obrigações — o que suaviza o fardo que, por convenção, fica para as mães.

“É possível dividir as responsabilidades e aprender a tirar o peso de não estar fazendo alguma coisa. Meu marido é pai, não é só a mãe que tem que fazer”, afirma Valdirene. “ A minha maior dificuldade ao longo da carreira foi tirar essa visão machista de mim mesma. De aceitar o meu esposo fazer, de aceitar o outro fazer, de não me culpar por não estar em algum momento. Eu estou dividindo com alguém que tem a mesma responsabilidade que eu tenho.”

Apoio da empresa

Hoje, a Gerdau Graphene tem 56% de mulheres no quadro de colaboradores, e 50% no quadro de liderança. A Gerdau Graphene foi fundada pela Gerdau em 2021,  como parte da Gerdau Next, um braço de novos negócios da empresa criado para diversificar o portfólio da companhia. Mais especificamente, ela atua pesquisando aplicações industriais e tecnológicas para o grafeno, um material que, até recentemente, era estudado apenas em laboratório.

Mas o trabalho de captar uma colaboradora não termina depois da efetivação da vaga  — é preciso trabalhar o crescimento dessas mulheres. 

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A Gerdau implementa programas afirmativos que aceleram as carreiras de mulheres em posições de primeira liderança. Como o Programa Helda Gerdau, que é uma iniciativa global de desenvolvimento voltada para mulheres em posições de primeira liderança que desejam avançar em suas carreiras e se tornarem gerentes.

Mulher cientista

Hoje, temos mais mulheres publicando artigos científicos, mais mulheres doutoras, mais mulheres listadas como pessoas de relevância na ciência. Mas a jornada está longe de chegar ao fim.

“O meu principal conselho para as meninas é que elas estudem. A educação faz toda a diferença na nossa vida. E aí o caminho que nós vamos trilhar, se é nos aprofundarmos mais na ciência, uma área mais técnica, administrativa ou decidir que o que eu quero é ficar em casa, tem que ser uma decisão da pessoa, não uma imposição da sociedade, porque você só pode fazer aquilo”, diz Valdirene.

“Não deixem de lutar pelos seus sonhos, trilhem o caminho. A trajetória pode ser seguida, ela pode ser feita, então não deixem de fazer”, finaliza.

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