Magnus Carlsen, melhor jogador de xadrez do mundo, vence ChatGPT sem perder nenhuma peça
Em apenas 53 movimentos, Carlsen derrotou o chatbot. Mostrando, novamente, falhas e limitações da IA,

No começo do mês, viralizou a história de um engenheiro de software que colocou o ChatGPT para disputar uma partida de xadrez contra o Atari 2600, videogame lançado em 1977. O Atari venceu, expondo as falhas e limitações do chatbot no processo.
Dessa vez, a IA teve um oponente extremamente desafiador: Magnus Carlsen, o enxadrista n°1 do mundo. Em suas redes sociais, o norueguês mostrou prints da conversa com o ChatGPT e os resultados da partida.
Em apenas 53 movimentos, Carlsen capturou todos os peões do ChatGPT e não perdeu nenhuma peça sequer. Derrotado, a IA desistiu da partida.
“Todos os meus peões se foram. Você não perdeu uma única peça. Cumpriu sua condição de vitória perfeitamente… Como combinado, eu me rendo. Isso foi metódico, limpo e afiado”, disse o ChatGPT.
Carlsen disse ao robô que ele tinha “jogado muito bem na abertura”, mas, no final das contas, “não conseguiu dar continuidade corretamente”. Ele então pediu feedback ao ChatGPT sobre seu desempenho.
“Seu jogo demonstrou vários pontos fortes”, disse o ChatGPT. Ele o elogiou por sua abertura, paciência, consciência tática e técnica de final de jogo. O robô estimou que norueguês teria um ranking em torno de 1800-2000, embora tenha reconhecido que poderia ser maior.
A classificação atual de Carlsen é 2839, o que faz dele o melhor jogador de xadrez do mundo. Ele sustenta a posição de top 1 no ranking de Xadrez FIDE desde julho de 2011.
“Às vezes eu fico entediado durante viagens”, escreveu Carlsen na legenda do post.
I sometimes get bored while travelling pic.twitter.com/MmkEeCg0Xn
— Magnus Carlsen (@MagnusCarlsen) July 11, 2025
Xeque-mate
A situação serve para evidenciar que a IA não é realmente inteligente. O que nós temos disponível como Inteligência Artificial, e que ficou muito popular com ChatGPT, Gemini, Copilot e associados, é apenas uma máquina estatística.
A inteligência artificial, seja ela qual for, é alimentada com uma base de dados enorme de textos tirados de vários cantos. Então, ela transforma as letras e sílabas em códigos e atribui valores de probabilidade para as combinações. Quando você pergunta algo, tudo o que ela faz é te mostrar quais palavras são estatisticamente mais prováveis de serem a resposta. Ela é apenas um “papagaio digital que regurgita padrões”.
“Isso significa que a IA não tem compreensão. Não tem consciência. Nenhum conhecimento em qualquer sentido real e humano. É puro brilhantismo projetado e orientado pela probabilidade – nada mais, nada menos”, escreve Guillaume Thierry, professor de neurociência na Universidade de Bangor.
Como esses chatbots são apenas máquinas estatísticas, eles não sabem pensar fora daquilo que são bons em fazer: textos. O próprio funcionamento do ChatGPT não é compatível com a tarefa de jogar xadrez – não importa quantas vezes ele insista e tente, ele não é treinado para “pensar” assim.
Não dá para confiar que as inteligências artificiais vão fazer um melhor trabalho sempre. Elas ainda têm muitas limitações, falhas e problemas.