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Recebeu um investimento em cripto pelo WhatsApp? É golpe. E homens têm mais chances de cair

Um estudo da Comissão de Valores Mobiliários mostra que 91% das vítimas de fraudes financeiras são homens – em geral, atraídos por moedas digitais.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 21 jul 2021, 16h38 - Publicado em 21 jul 2021, 16h20

Nove em cada dez vítimas de golpes financeiros são homens, segundo um novo estudo feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As fraudes que mais fazem vítimas são aquelas que envolvem supostos investimentos no mercado de criptomoedas, e, em geral, os golpes acontecem via WhatsApp, revelou o relatório.

A pesquisa ouviu 1.002 pessoas, entre as quais 178 declararam ter caído em alguma fraude financeira. Só 9% das vítimas eram do sexo feminino; a maior parte dos casos aconteceu com pessoas com idade entre 30 e 39 anos (36,5%), com renda familiar mensal entre 2 e 5 salários-mínimos (23%) e com pós-graduação (38%).

Os resultados da pesquisa, feita em 2020 e divulgada agora, também mostraram que as vítimas mais comuns eram aquelas que tinham um portfólio de investimentos menos refinado e diversificado. Quem se salvou de cair na fraude, em geral,  investe mais em ações, fundos de investimentos, CDB e  previdência privada, por exemplo; já as vítimas colocam mais dinheiro, proporcionalmente, em poupança, criptomoedas e start-ups – ou então nem possuem muitos investimentos.

Tipos de golpes

As fraudes mais comuns relatadas pelas vítimas envolviam investimentos em criptomoedas (43,3%), enquanto golpes relacionados ao mercado de ações somaram 15,2% das respostas. O meio de divulgação para a concretização da fraude mais comum foi o Whatsapp (27,5%), seguido pela divulgação boca-a-boca pessoalmente (19,7%) e por e-mail e ligação telefônica (12,4% cada).

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Metade das vítimas conhecia o fraudador de alguma forma (28,1% pessoalmente, 21,9% de forma indireta), enquanto quase 30% relatou não conhecer a pessoa de forma alguma. Só 9% não recebeu a oferta por terceiros (ou seja, chegou à armadilha por conta própria). Em geral, o valor perdido foi considerável – 22,5% das vítimas investiu entre R$10.000,01 e R$50.000,00 no golpe.

Entre os fatores que mais contribuíram para que as vítimas caíssem no golpe, a aparência confiável do site envolvido na fraude foi o que mais se destacou: quase 40% das vítimas foram enganadas por causa disso. O bom atendimento dos profissionais (golpistas) também transmitiu confiança e foi citado por 35,4% dos entrevistados, além do pequeno investimento exigido, que atraiu cerca de 30,9% das vítimas. 

“A confiança em terceiros e elementos de credibilidade, como aparência profissional de sites, são fatores muitas vezes decisivos para os aportes, juntamente com uma personalidade do investidor voltada mais ao risco, ao interesse por fugir do tradicional e a testar produtos inovadores”, escrevem os autores do estudo.

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