A era da competência: compreender e utilizar a tecnologia como agente de prosperidade
A internet disponibiliza acesso a uma infinidade de conteúdos. Saber o que realmente é útil tornou-se essencial para usar a tecnologia com sucesso
Vivemos em uma era em que qualquer pessoa com acesso à internet pode aprender absolutamente tudo, de física quântica a dança no TikTok. Esse cenário, no entanto, exige mais do que apenas acesso à informação: exige curadoria. Saber o que é relevante, verdadeiro, útil e aplicável tornou-se uma competência essencial e especialmente quando falamos sobre tecnologia como alavanca de prosperidade.
Peter Diamandis, fundador da Singularity University, sintetizou bem essa lógica com os 6Ds da tecnologia: Digitizado, Desajustado, Disruptivo, Desmonetizado, Desmaterializado e Democratizado. São esses os vetores que ajudam a entender o ritmo e o impacto da transformação digital. Cada um dos Ds representa uma força que impulsiona tecnologias para além do que conseguimos prever e, por isso, precisamos aprender a usar essas ferramentas com consciência, propósito e estratégia.
Curva exponencial e propósito
O crescimento exponencial da tecnologia não é linear. No começo, os retornos podem parecer desproporcionais ao investimento, como vimos com startups que “queimam caixa” nos estágios iniciais, mas que depois escalam de forma disruptiva e veloz. É o que Diamandis chama de “Desajustado”. A diferença está na visão: quem entende o valor da exponencialidade não se apega ao modelo industrial, baseado em previsibilidade e escala incremental. O novo crescimento é caótico, veloz e transformador.
O “Disruptivo” aparece quando novos mercados atropelam antigos. Netflix vs. Blockbuster é um exemplo clássico, mas a lógica segue viva e pulsante. A inteligência artificial está para os buscadores de hoje como o Google esteve para os catálogos da década de 1990. As empresas sabem disso e, por isso, precisam correr para não serem superadas por elas mesmas.
Tecnologia com impacto real
Mas tecnologia só vira prosperidade se estiver conectada à geração de valor coletivo. Um exemplo emblemático é o uso de inteligência artificial e Internet das Coisas pela Siemens em suas fábricas. Ali, sensores e algoritmos não só aumentam a produtividade, como também monitoram o ambiente para evitar riscos de acidentes, prevenindo afastamentos e melhorando a qualidade do trabalho humano. A tecnologia, nesse caso, não elimina pessoas, ela protege e potencializa o que há de humano nas operações.
Outro caso interessante é o Socratic, app que usa IA para ajudar alunos a resolver problemas escolares. Ao contrário de ferramentas que entregam respostas prontas, ele oferece conteúdos complementares, vídeos, explicações e caminhos para que o estudante entenda e aprenda de fato. A tecnologia, aqui, é uma ponte para o conhecimento.
Saber usar (e quando não usar)
Mais importante do que dominar a tecnologia é entender seus limites. A Finlândia, por exemplo, decidiu remover celulares e tablets das escolas após estudos mostrarem que o uso excessivo de telas estava prejudicando o desenvolvimento cognitivo das crianças. O retorno ao papel, à caneta e à escuta ativa em sala de aula foi uma forma de reconectar os estudantes a habilidades fundamentais, como foco, organização e criatividade.
O Brasil também vem seguindo nessa direção. O Governo Federal proibiu o uso de celulares nas escolas, reforçando a ideia de que o digital precisa ter lugar e hora certa, inclusive para que seja mais eficaz.
A competência do futuro
“Compreender e utilizar a tecnologia como agente de prosperidade”, provocação do título do meu artigo, é mais do que uma habilidade técnica. É uma lente para enxergar oportunidades, gerar impacto e criar soluções sustentáveis. É sobre fazer perguntas melhores, construir relações mais inteligentes com as ferramentas digitais e usá-las para resolver problemas reais, sem esquecer que, no centro de tudo, continuam as pessoas.
*Leonardo Brazão é cofundador da 1601 – Consultoria de Inovação, que atua junto a grandes empresas no desenvolvimento de negócios, estratégia, inovação e transformação cultural.
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