76% dos pais se sentem culpados por priorizar o trabalho
Pesquisa do Infojobs também mostra que ainda falta apoio efetivo das empresas para que pais consigam conciliar a paternidade e a carreira sem culpa
Ter o pai como figura provedora de uma família pode distanciá-lo do lar. Pais que passam o dia inteiro trabalhando acabam perdendo momentos importantes do desenvolvimento dos filhos e a oportunidade de dividir a criação com as mães. Não é fácil se dividir entre o lar e o escritório, especialmente porque o trabalho é necessário para que a família tenha sustento. Com isso, muitos pais ficam presos em uma difícil encruzilhada.
Um recente levantamento realizado pelo Infojobs ouviu profissionais de todo o Brasil sobre suas percepções da relação entre paternidade e vida profissional. Dos mais de 400 participantes, 74% são pais, e a maioria deles (87%) mora com os filhos. Os resultados afirmam que ser um bom pai e um bom profissional, na mesma medida, pode ser um desafio para a maioria dos brasileiros. Conciliar as duas funções não é fácil.
Apesar dos desafios, muitos enxergam impactos positivos da paternidade na carreira: 70% afirmaram que, após o nascimento dos filhos, tornaram-se mais produtivos, focados e com prioridades mais claras. Para 16%, não houve mudança significativa; enquanto 13% relataram efeitos negativos, como menor disponibilidade e perda de oportunidades.
Para eles, equilibrar vida pessoal e profissional é um obstáculo: 76% dos pais dizem sentir culpa, sempre ou às vezes, por priorizarem o trabalho em detrimento da rotina com os filhos — especialmente por não conseguirem, em alguns momentos, fazer tudo o que consideram ideal.
Quando questionados sobre a participação em momentos importantes da vida dos filhos, como reuniões escolares ou consultas médicas, 38% dos pais afirmam trabalhar em empresas que oferecem flexibilidade para isso. Já 34% dizem não contar com esse apoio e 28% têm a possibilidade, mas não comparecem com frequência, delegando a função à mãe ou a outros parentes.
A principal barreira, segundo os próprios entrevistados, é a carga de trabalho e a falta de flexibilidade profissional (39%). Outros 18% apontam dificuldades pessoais na organização e priorização do tempo em família.
Além disso, as práticas das empresas são apontadas como frágeis ou inexistentes: 46% dos profissionais que são pais dizem que sua empresa não possui políticas de apoio à paternidade. Entre os que ainda não são pais, 44% não sabem se a empresa tem alguma medida nesse sentido, e 30% afirmam que elas não existem.
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A ausência de orientação e acolhimento também afeta a percepção sobre engajamento profissional. 46% acreditam que são vistos como menos comprometidos com a carreira por priorizarem a família. Por outro lado, entre os profissionais sem filhos, 40% sentem que são percebidos como mais equilibrados e responsáveis.
Os relatos e percepções dos pais que atuam no mercado de trabalho chamam atenção para a relação entre paternidade e carreira. Ao entrarem nessa conversa, as empresas têm a oportunidade de contribuir para a construção de ambientes mais acolhedores e flexíveis, que considerem as diferentes realidades dos profissionais. Essas transformações, além de beneficiarem diretamente os pais, também representam um passo importante em direção à equidade de gênero, ao promover um maior equilíbrio na divisão das responsabilidades familiares.
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