1° de maio é Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?

Tanto faz. Conheça a origem desse feriado e sua importância para os direitos trabalhistas.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 1 Maio 2025, 15h51 - Publicado em 1 Maio 2025, 15h00
Ex-presidente do brasil, Getúlio Vargas.
 (Hulton Archive/Getty Images)
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As condições de trabalho não eram nada boas no século 19. Nos Estados Unidos, por exemplo, era comum que os trabalhadores tivessem de 12 horas e até 16 horas de serviço por dia, durante seis dias da semana. As jornadas exaustivas, somadas a condições de segurança precárias, deixavam muitos trabalhadores machucados e doentes – a morte também não era incomum.

Lutando por melhores condições, um grupo de trabalhadores da cidade americana de Chicago organizou uma greve geral em 1° de maio de 1886. A principal reivindicação deles era a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.

A paralisação durou alguns dias e foi acompanhada de manifestações dos trabalhadores – que foram duramente reprimidas. No dia 3 de maio, uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas depois que a polícia interveio para intimidar grevistas durante uma ação sindical.

Protestando contra a brutalidade policial, líderes trabalhistas anarquistas convocaram uma reunião em massa no dia seguinte na Haymarket Square, uma praça na cidade de Chicago. O protesto, inicialmente pacífico, virou um grande massacre promovido pela polícia norte-americana depois que uma bomba foi lançada. Os policiais na praça reprimiram a manifestação violentamente. Muitos trabalhadores foram presos, vários ficaram feridos e, no final da confusão, morreram sete policiais e quatro civis.

Conhecido como a Revolta de Haymarket, esse acontecimento foi o que motivou a criação do feriado do Dia do Trabalhador. A data é uma forma de homenagear a luta dos grevistas de Chicago e comemorar as conquistas de direitos dos trabalhadores.

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No Brasil

Por aqui, a comemoração de 1° de maio chegou depois da sanção do presidente Artur Bernardes em 1924, valendo no ano seguinte. Na época, ela tinha o nome mais comum internacionalmente: Dia do Trabalhador, com ênfase no indivíduo e na luta trabalhista.

Mas foi só com Getúlio Vargas, em 1931, que a data virou feriado mesmo, com direito a folga e tudo mais. Inclusive, foi sob Vargas que o feriado mudou de nome e passou a ser conhecido como Dia do Trabalho.

A mudança tirava o foco da luta dos trabalhadores por direitos e passava a ser uma “festa do trabalho”, um momento de descanso e não de engajamento político. Ela deixa de homenagear o trabalhador como indivíduo e se torna uma celebração da categoria básica do capitalismo: o trabalho.

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Durante o regime do Estado Novo, Vargas se aproveitou do feriado para se aproximar da classe trabalhadora com benefícios e políticas trabalhistas. Na data, fez grandes discursos e promoveu desfiles e celebrações públicas. A Consolidação das Leis do Trabalho, um grande marco dos direitos trabalhistas no Brasil, foi criada e sancionada durante o governo Vargas, no dia 1° de maio de 1943.

Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?

Tanto faz. O Governo Federal se refere ao feriado do dia 1° de maio como Dia Mundial do Trabalho. Enquanto isso, a UNESCO trata como Dia Internacional do Trabalhador.

Na prática, os dois são nomes diferentes para se referir ao mesmo feriado.

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Ao redor do mundo, vários países também celebram o 1° de maio como Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador.

Alguns países, como os Estados Unidos e o Canadá, comemoram o Dia do Trabalho em outras datas.

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