1° de maio é Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?
Tanto faz. Conheça a origem desse feriado e sua importância para os direitos trabalhistas.

As condições de trabalho não eram nada boas no século 19. Nos Estados Unidos, por exemplo, era comum que os trabalhadores tivessem de 12 horas e até 16 horas de serviço por dia, durante seis dias da semana. As jornadas exaustivas, somadas a condições de segurança precárias, deixavam muitos trabalhadores machucados e doentes – a morte também não era incomum.
Lutando por melhores condições, um grupo de trabalhadores da cidade americana de Chicago organizou uma greve geral em 1° de maio de 1886. A principal reivindicação deles era a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.
A paralisação durou alguns dias e foi acompanhada de manifestações dos trabalhadores – que foram duramente reprimidas. No dia 3 de maio, uma pessoa foi morta e várias ficaram feridas depois que a polícia interveio para intimidar grevistas durante uma ação sindical.
Protestando contra a brutalidade policial, líderes trabalhistas anarquistas convocaram uma reunião em massa no dia seguinte na Haymarket Square, uma praça na cidade de Chicago. O protesto, inicialmente pacífico, virou um grande massacre promovido pela polícia norte-americana depois que uma bomba foi lançada. Os policiais na praça reprimiram a manifestação violentamente. Muitos trabalhadores foram presos, vários ficaram feridos e, no final da confusão, morreram sete policiais e quatro civis.
Conhecido como a Revolta de Haymarket, esse acontecimento foi o que motivou a criação do feriado do Dia do Trabalhador. A data é uma forma de homenagear a luta dos grevistas de Chicago e comemorar as conquistas de direitos dos trabalhadores.
No Brasil
Por aqui, a comemoração de 1° de maio chegou depois da sanção do presidente Artur Bernardes em 1924, valendo no ano seguinte. Na época, ela tinha o nome mais comum internacionalmente: Dia do Trabalhador, com ênfase no indivíduo e na luta trabalhista.
Mas foi só com Getúlio Vargas, em 1931, que a data virou feriado mesmo, com direito a folga e tudo mais. Inclusive, foi sob Vargas que o feriado mudou de nome e passou a ser conhecido como Dia do Trabalho.
A mudança tirava o foco da luta dos trabalhadores por direitos e passava a ser uma “festa do trabalho”, um momento de descanso e não de engajamento político. Ela deixa de homenagear o trabalhador como indivíduo e se torna uma celebração da categoria básica do capitalismo: o trabalho.
Durante o regime do Estado Novo, Vargas se aproveitou do feriado para se aproximar da classe trabalhadora com benefícios e políticas trabalhistas. Na data, fez grandes discursos e promoveu desfiles e celebrações públicas. A Consolidação das Leis do Trabalho, um grande marco dos direitos trabalhistas no Brasil, foi criada e sancionada durante o governo Vargas, no dia 1° de maio de 1943.
Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador?
Tanto faz. O Governo Federal se refere ao feriado do dia 1° de maio como Dia Mundial do Trabalho. Enquanto isso, a UNESCO trata como Dia Internacional do Trabalhador.
Na prática, os dois são nomes diferentes para se referir ao mesmo feriado.
Ao redor do mundo, vários países também celebram o 1° de maio como Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador.
Alguns países, como os Estados Unidos e o Canadá, comemoram o Dia do Trabalho em outras datas.