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Tentativas de fraudes financeiras disparam em 2021, diz levantamento

Startup de biometria facial que atende empresas do setor de varejo diz ter barrado 900 mil transações fraudulentas até o fim de maio.

Por Guilherme Eler
Atualizado em 23 jun 2021, 17h47 - Publicado em 23 jun 2021, 17h37
-
 (dowell/Getty Images)
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O isolamento social durante a pandemia forçou a migração dos serviços para o digital. E isso deu um gás no volume de transações on-line. O problema é que, apesar de compras no e-commerce e transferências via aplicativo serem rápidas e fáceis, elas nem sempre são 100% seguras. É possível que alguém mal-intencionado use os dados de outra pessoa e drible mecanismos de segurança – como senhas e chaves digitais – para fazer transações indevidas. 

“O fenômeno das fintechs [empresas e start-ups de serviços financeiros] é um grande facilitador à população, que consegue abrir uma conta bancária em menos de dois minutos. Porém, os criminosos também estão de olho nesse novo movimento, por isso o grande volume de tentativas de fraudes”, diz Marcelo Zanelatto, diretor de produtos da Unico, startup de autenticação por biometria facial. 

Com base nos números de seus mais de 600 clientes, entre companhias dos setores de varejo (como o Magazine Luiza), bancos, fintechs, e-commerce e telemedicina, a Unico fez um levantamento sobre o número de tentativas de fraude no Brasil.

Só nos cinco primeiros meses de 2021, a startup diz ter barrado, via tecnologia de biometria facial, mais de 900 mil ações fraudulentas contra consumidores em todo o país.

Desse total, 200 mil aconteceram apenas no mês de maio. É um aumento de 15% em comparação ao mês anterior, que registou 174 mil tentativas de ações de fraudadores.

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Em relação a maio de 2020, o crescimento no volume de tentativas de fraude, em que uma pessoa tenta se passar por outra, foi de 1566%, segundo os dados da empresa.

Antes do fim do primeiro semestre de 2021, o serviço de autenticação por biometria facial da Unico já teria evitado R$ 16 bilhões em prejuízos. Boa parte fica na conta de fintechs: dos R$ 5 bilhões bloqueados em maio deste deste ano, R$ 4 bi estavam relacionados a essas empresas.

Esse crescimento exponencial no número de casos de fraudes on-line não vem de hoje. Dados da Unico apontam que a empresa registrou, em 2020, um volume 279% maior de tentativas de fraude em relação a 2019. 

As tais “tentativas de fraude” envolvem qualquer transação considerada suspeita, que fuja do comportamento considerado “normal” do cliente. Podem ser repasses de valores altos demais, depósitos ou transações em sequência para a mesma pessoa, ou então transferências feitas de uma localização estranha. 

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Até existem alguns mecanismos para frear esse acesso – a criação de cartões virtuais é um exemplo, assim como a biometria facial. “A partir de uma selfie ao vivo, comparamos a imagem com a nossa base e geramos um Score com a probabilidade de a pessoa ser ela mesma”, explica Zanelatto. Mas nem todos os serviços contam com tecnologias do tipo. Isso aumenta a vulnerabilidade de quem usa – e, por tabela, o número de golpes.

Só neste período de quarentena despontaram uma variedade de esquemas financeiros, como a cobrança de taxas indevidas via aplicativos de delivery, golpes via WhatsApp e, numa modalidade mais recente, criminosos fazem a limpa em contas bancárias cadastradas em celulares roubados.

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