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Ibovespa cai com Wall Street pessimista e onda de calor na China

Governo chinês cortou os juros para estimular a economia, que dá sinais de desaceleração. Americanas (AMER3) dispara 22% com troca de comando.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 23 ago 2022, 15h21 - Publicado em 22 ago 2022, 18h21
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 (Caroline Aranha/Fotos: Getty Images e Unsplash/VOCÊ S/A)
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Começando a semana com o pé esquerdo? Uma onda de pessimismo vinda do norte e do leste derrubou o Ibovespa nesta segunda-feira: -0,89%, aos 110.500 pontos. Sem grandes destaques no noticiário nacional, o mercado acompanhou o humor do exterior, que não trouxe tendências muito agradáveis.

Nos EUA, as bolsas tiveram um dia de verdadeira sangria. O S&P 500, maior e mais importante índice acionário americano, caiu 2,13%. O Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, foi além e despencou 2,55%.

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O motivo é claro: os investidores americanos já estão sofrendo por antecipação no começo da semana à espera do Fed, que dá as caras só no final dela. Na quinta-feira, Jerome Powell, presidente do banco central americano, fala no simpósio anual do órgão que acontece em Jackson Hole, no pacato estado de Wyoming. O mercado aguarda ansiosamente por pistas sobre o próximo passo do Fed em sua luta contra a inflação americana.

O BC deles vem subindo os juros para combater o aumento de preços por lá – a inflação é a maior em 40 anos e teima em se manter alta. Na próxima reunião, o Fed deve aumentar novamente os juros, mas ninguém sabe com certeza se virá um aumento mais suave, de 0,5 ponto percentual, ou novamente um movimento mais agressivo, de 0,75 p.p.

O Fed costuma dar direcionamentos para o mercado sobre seus próximos passos nas atas que seguem suas reuniões. No entanto, a última ata veio mais misteriosa que o normal – indicando que talvez nem o próprio Fed saiba o que vem pela frente. Agora, o mercado espera que Powell dê direcionamentos mais claros no simpósio em Jackson Hole, não só sobre a próxima decisão do Fed como também sobre por quanto tempo a escalada de juros deve durar.

Até lá, o mau humor e a cautela dominaram, e as bolsas americanas sentiram o azedume. Por aqui, o pessimismo americano também ajudou a derrubar o Ibovespa – mas não foi o único fator.

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China hoje

O dia também começou com a notícia de que o Banco do Povo da China cortou sua taxa básica de juros para estimular a economia. A taxa de empréstimos de um ano caiu de 3,70% para 3,65%. Já a de cinco anos foi reduzida de 4,45% para 4,30%. Com isso, o país vai na contramão do mundo ocidental, onde os bancos centrais correm para aumentar os juros e domar a inflação.

O movimento já era esperado e tem como objetivo estimular a economia, que, nos últimos tempos, tem se mostrado cambaleante. Na semana passada, os dados de produção industrial e vendas no varejo referentes a julho vieram abaixo do esperado, decepcionando o mercado. Além disso, o desemprego entre jovens chineses foi para o mais alto nível desde 2018. E o PIB do país também cresce mais lentamente do que o esperado.

Tudo isso é consequência, ao menos em partes, dos impactos econômicos decorrentes dos severos lockdowns adotados em parte do país para conter o avanço da Covid-19, incluindo em Xangai, o centro econômico do país. Atualmente, não há mais medidas tão restritivas em aplicação no país, mas, como o governo ainda mantém sua política de “Covid zero”, elas podem voltar a qualquer momento, se o número de casos voltar a subir – o que injeta mais uma dose de cautela nos investidores.

Só que as consequências dos lockdowns não são o único problema que assombra a economia chinesa. Nos últimos dias, o país mais populoso do mundo tem enfrentado uma severa onda de calor combinada com uma forte seca. Isso impactou a geração de energia e fez diversos locais do país decretarem racionamento e inclusive pedirem o fechamento temporário de algumas indústrias, incluindo siderúrgicas.

Isso reacendeu os temores mundo afora quanto a disrupções na cadeia de suprimentos global e também sobre na queda da demanda por commodities, já que a China é consumidora voraz de minério e petróleo. Nisso, o poderoso setor de mineração e siderurgia da bolsa brasileira fechou em queda, mesmo que o preço do minério tenha subido hoje. Vale caiu -1,46%, CSN -3,32% e Gerdau -2,49%.

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Entre os destaques positivos liderou a Americanas (AMER3), cujos papéis valorizaram impressionantes 22% após a empresa anunciar na sexta-feira, após o fim do pregão, que passará por uma troca de presidente. Sergio Rial, ex-Santander, vai assumir o controle da varejista. Antes da subida de hoje, as ações da empresa caíam 60% no ano. Agora vai?

Até amanhã.

Maiores altas

Americanas (AMER3): 22,49%

Petrobras (PETR4): 2,14%

Positivo (POSI3): 2,12%

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Cielo (CIEL3): 2,01%

Via (VIIA3): 1,93%

Maiores baixas

Petz (PETZ3): -7,07%

Méliuz (CASH3): -4,84%

Embraer (EMBR3): -4,66%

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Hapvida (HAPV3): -4,57%

Grupo Soma (SOMA3): -4,15%

Ibovespa: -0,89% aos 110.500 pontos

Em Nova York

S&P 500: -2,13%, aos 4.138 pontos

Nasdaq: -2,55%, aos 12.381 pontos

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Dow Jones: -1,90%, aos 33.065 pontos

Dólar: -0,03%, a R$ 5,1665

Petróleo

Brent: -0,25%, a US$ 96,48

WTI: -0,09%, a US$ 90,36

Minério de ferro: 0,76%, a US$ 100,37 a tonelada no porto de Qingdao (China)

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