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Presidente mundial da Volkswagen renuncia após fraudes em sistemas de emissão de gases

Martin Winterkorn, presidente da Volkswagen desde 2007, renunciou ao cargo e meio à crise provocada pela fraude nos resultados de testes de poluentes

Por Por Mariana Amaro
Atualizado em 17 dez 2019, 15h27 - Publicado em 24 set 2015, 12h23

SÃO PAULO – “A Volkswagen tem sido, é e será a minha vida”, escreveu em uma carta aberta, Martin Winterkorn, ao anunciar a sua renúncia como presidente do Grupo Volskwagen, ontem.

O motivo para a saída do executivo é um dos piores: a Volks enfrenta hoje o maior escândalo de seus 78 anos de história depois de admitir, na terça-feira, que um dispositivo que altera resultados sobre emissões de poluentes foi instalado em 11 milhões de veículos a diesel em todo o mundo, em modelos de várias marcas do grupo. 

A fraude veio à tona na semana passada, quando a Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos denunciou que mais de 480 000 veículos com motores a diesel estavam violando os padrões federais, entre eles o Golf, o Passat e o Audi A3, fabricados entre 2009 e 2015. 

A desconfiança da agência surgiu depois que foi notada uma diferença entre níveis de emissão encontrados em testes de rodagens comparados com os oficiais. Depois de uma investigação, a agência concluiu que a Volks havia instalado um software que detectava quando o carro estava sendo inspecionado e, assim, controlava os gases que o carro soltava na atmosfera. Quando o carro estava em situações normais de rodagem, bem longe dos olhares da agência, o dispositivo ficava desligado e, assim, o carro poluia muito mais que o permitido. 

Depois da denúncia, as agências reguladoras da Alemanha, Itália, França e Coreia do Sul anunciaram que estão investigando os carros do grupo.  Segundo a agência americana, a empresa pode ser multada em até 18 milhões de dólares. 

Winterkorn ainda tentou se manter no cargo. No domingo, admitiu o erro, pediu desculpas e um voto de confiança. Mas o mercado não acreditou. Em dois dias, a Volkswagen perdeu 35% do seu valor na bolsa, reconheceu que 11 milhões (e não apenas os 480 000 carros vendidos nos Estados Unidos) possuíam o dispositivo e “separou” 6,5 bilhões de euros para possíveis perdas. Nos EUA, a Volkswagen será obrigada a convocar um recall.

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Na semana passada, Romero Rodrigues, fundador do Buscapé também anunciou sua saída da empresa, mas seus motivos eram bem diferentes. Ele quer se dedicar a ajudar empreendedores.

Em sua carta de renúncia, Winterkorn se disse “chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou espantado que más práticas de tal magnitude tenham sido possíveis no Grupo Volkswagen.”

 

Leia a declaração na íntegra:

Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou espantado que más práticas de tal magnitude tenham sido possíveis no Grupo Volkswagen.

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Como presidente-executivo, aceito a responsabilidade pelas irregularidades que foram encontradas nos motores a diesel, por isso pedi ao Conselho de Supervisão um acordo para encerrar minhas funções como presidente-executivo do Grupo Volkswagen. Faço isso pelo interesse da empresa, mesmo estando ciente de não houve qualquer irregularidade de minha parte.

A Volkswagen precisa de um novo começo, também em termos de pessoal. Estou abrindo caminho para esse novo começo com a minha demissão.

Sempre me guiei pelo desejo de servir a sociedade, especialmente nossos clientes e funcionários. A Volkswagen tem sido, é e sempre será minha vida.

O processo de esclarecimento e transparência deve continuar. Essa é a única maneira de recuperar a confiança. Estou convencido de que o Grupo Volkswagen e sua equipe vão superar esta grave crise.

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