Medicina 5.0: tecnologia e personalização do cuidado com a saúde
A partir do binômio “high tech, high touch”, a Dasa usa AI e interoperabilidade de dados para promover uma medicina mais preditiva e humanizada
Não é de hoje que a medicina se nutre dos avanços proporcionados pela tecnologia. Em 500 a.C., na Grécia Antiga, uma técnica para pesar ervas medicinais deu origem a uma das primeiras versões dos comprimidos. O microscópio surgiu por volta de 1590, na Holanda. No século 18, já havia óculos de grau, que se utilizavam dos conhecimentos de anatomia dos olhos e dos estudos da física aplicados a lentes. Já no século 20, a capacidade de diagnosticar e tratar alcançou uma precisão inédita,1 e vimos o desenvolvimento de uma série de equipamentos, de aparelhos de raios X a tomógrafos. Mas nenhuma revolução se compara com a que está acontecendo no século 21 e vem dando origem à medicina 5.0.
“Nos últimos anos, uma série de tecnologias inovadoras vem transformando o setor da saúde. O foco em sintomas e doenças está migrando para uma atenção à gestão da saúde e da qualidade de vida”, explica o dr. Leonardo Vedolin, diretor-geral médico e de cuidados integrados da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil. “Com o volume de dados sobre os pacientes aumentando de forma inédita e rápida, é possível evoluir para a digitalização dos processos, com ganhos para todos, inclusive para as empresas, que estão otimizando seus modelos operacionais. Mas as mais beneficiadas, sem dúvida, são as pessoas, que passam a contar com atendimentos mais preditivos, preventivos e personalizados.”
O dr. Cristovam Scapulatempo Neto, diretor médico da Dasa, cita um exemplo dessa revolução. “A Dasa tem uma plataforma digital própria, o Nav, para os pacientes agendarem consultas e exames e terem, na palma da mão, todo o seu histórico de saúde, favorecendo uma experiência de cuidado mais fluida e ágil. Já os profissionais de saúde contam com o Nav Pro, que permite que o responsável pelo laudo de um exame entre em contato diretamente com o médico, informando da gravidade de um determinado caso”, afirma. Segundo ele, isso só é possível porque essa pessoa conta com o apoio de um software de inteligência artificial capaz de identificar e apontar em tempo real, no exame, sinais de maior risco imediato à saúde.
“De fato, algoritmos preditivos desenvolvidos pela Dasa nos ajudaram a cuidar dos nossos pacientes com diabetes, sendo que 49% deles que tinham diabetes descompensada ficaram com a doença sob controle, enquanto 28% viram seus níveis de hemoglobina glicada reduzirem a níveis considerados pré-diabetes”, exemplifica o médico.
Foco na formação
A Dasa já atua segundo os princípios da medicina 5.0. Sua abordagem busca combinar tecnologias de ponta para promover uma medicina mais humanizada, dando “vida” ao binômio “high tech, high touch”. Para a companhia, a tecnologia permite, entre outros benefícios, multiplicar o nível de humanização no atendimento em saúde.
“A tecnologia tem o poder de levar especialistas para qualquer lugar, a qualquer distância”, afirma o dr. Leonardo Vedolin. Segundo o dr. Cristovam, esse é o caso, por exemplo, dos patologistas, uma especialidade com escassez de profissionais no país. De acordo com um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, existem apenas 2 006 patologistas no Brasil, o que corresponde a 0,75% do total de médicos.2
A própria rotina das equipes de saúde vem se transformando, com impacto nos procedimentos e paradigmas das profissões, que passam a ser impactadas positivamente pela chegada de novos profissionais da área de tecnologia da informação. “Agora, a rotina de trabalho dos profissionais de saúde caminha lado a lado com impressão 3D, machine learning, sensores, robôs, telemedicina e, agora, o metaverso”, lembra Vedolin. “Não apenas engenheiros da computação e programadores fazem parte da Dasa, assim como os profissionais da área precisam dominar conhecimentos de tecnologia.”
No entanto existe um gargalo nesse mercado. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o déficit de mão de obra no setor será de 797 000 profissionais até 2025.3 Por isso mesmo, a Dasa desenvolveu o Formatech, um programa para formar colaboradores na área de tecnologia. O objetivo é que, depois do curso, eles integrem o quadro de programadores da empresa – uma maneira de suprir o déficit nacional e acelerar a ascensão de suas carreiras.
“A formação dos profissionais dessa área não acompanha a transformação digital pela qual as empresas brasileiras passam. Aqui, na Dasa, temos um banco de mais de 50 000 talentos potenciais que podem atuar na tecnologia. E com a vantagem de já conhecerem o mercado de saúde e estarem inseridos na cultura organizacional do nosso ecossistema”, explica Venâncio Guimarães, diretor de produtos, pessoas e cultura da Dasa.
Protagonismo em inovação
A área de tecnologia é protagonista na Dasa desde 2018. Ao longo desses anos, toda a jornada de saúde na empresa ganhou mais agilidade, eficiência e sustentabilidade, utilizando a inteligência de dados para gerar valor em toda a cadeia e deixar a jornada do paciente mais fluida. Para viabilizar essa integração, a empresa construiu um data lake, o maior do setor privado do país, com 6,4 bilhões de dados, sendo mais de 50% deles interoperáveis.
“A tecnologia abriu uma nova fronteira para a coordenação de cuidado. Graças à ciência de dados e à inteligência artificial, é possível fazer uma avaliação completa e integral da saúde de uma pessoa, resultando em uma medicina mais preditiva, preventiva e personalizada. Esse é o caminho e, também, a proposta de valor da Dasa”, comenta Danilo Zimmermann, diretor-geral de tecnologia e transformação digital na Dasa.
Como a tecnologia e a inovação estão no DNA da companhia, elas podem ser vistas até nas áreas que contribuem para os negócios da Dasa. A jornada digital da Dasa, por exemplo, conta com a área de inovação, que concentra mais de 1 000 profissionais de tecnologia em células ágeis, trabalhando com o propósito de melhorar a saúde de milhares de pessoas por meio de produtos digitais e preditivos aliados à expertise médica. Já a área de experiência do consumidor é composta por um time multidisciplinar com mais de 100 pessoas, formado por arquitetos, cientistas de dados, designers, antropólogos e pesquisadores. E o Núcleo de Operações e Controle (NOC) também se apoia numa vasta amplitude de profissionais de TI, como engenheiros de informação e cientistas de dados.
“Com bons profissionais, dialogando de forma integrada e utilizando o melhor da tecnologia, estamos transformando a medicina”, resume o dr. Cristovam Scapulatempo Neto.
Referências:
- Medical Technologies Past and Present: How History Helps to Understand the Digital Era. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10912-021-09699-x.
- Sociedade alerta sobre falta de patologistas no Brasil. Disponível em: https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Imprensa&acao=crm_midia&id=706.
- Sem mão de obra imediata para TIC, Brasil está fora do jogo da transformação digital. Disponível em: https://brasscom.org.br/sem-mao-de-obra-imediata-para-tic-brasil-esta-fora-do-jogo-da-transformacao-digital/.