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Lady Gaga fala sobre o amor pelo trabalho

Em visita à Yale, cantora falou sobre carreira e ansiedade

Por Por Anna Carolina Rodrigues
Atualizado em 17 dez 2019, 15h25 - Publicado em 18 nov 2015, 09h00

Em uma visita à Universidade de Yale, a cantora – e agora atriz – falou sobre sua relação com trabalho, as mudanças na carreira, ansiedade, depressão e autoconhecimento. Dicas que podem ser benéficas para qualquer profissional, mesmo que fora do show business. O encontro, que aconteceu em outubro na Yale School of Management, contou com a presença de 200 adolescentes de todo o país para discutir a importância das emoções na escola e na vida. Além de maneiras de se reconhecer emoções e canalizá-las para obter resultados positivos. Para ela, o mais importante é se aceitar. “Curei minha depressão criando alguém que eu achava ser mais forte do que eu”, diz Lady Gaga.

A discussão foi promovida pelo Yale Center for Emotional Intelligence (Centro de Yale para Inteligência Emocional, em tradução livre) e a Born This Way Foundation, fundação criada em 2012 por Gaga e sua mãe Cynthia Germanotta para promover o bem estar e melhorar a auto-confiança jovens para criar um mundo mais gentil e corajoso.

Leia abaixo alguns destaques da fala da Lady Gaga:

Sobre a motivação para criar a Born This Way Foundation

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Eu comecei a escrever [o álbum] Born This Way e a experiência foi extremamente terapêutica para mim, para revelar para mim mesma coisas que eu nem sempre quis admitir. Eu penso muito sobre o que estamos fazendo aqui hoje e tenho esperança de que vocês tirem daqui hoje é que vocês não precisam se sentir vítimas. Na verdade, ninguém pode te ajudar mais do que você mesmo. E quando eu estava escrevendo esse álbum, eu estava me perguntando como eu realmente me sentia, e o que eu descobri foi muita irritação reprimida, e raiva, e tristeza com as quais eu não havia lidado durante anos. Eu olhava para o mar de fãs maravilhosos todas as noites e via pequenos espelhos em uma disco ball refletindo. Eu vi diversas versões diferentes de mim mesma. E a verdade é que compartilhamos no nosso estresse, na ansiedade, e estamos aqui hoje porque as partes do nosso cérebro que lidam com estresse, também lidam com nossa dor física, emocional, vem tudo do mesmo lugar. Queremos divulgar que existe uma estratégia para que todos se sintam melhores. Como podemos parar de falar para as crianças como elas devem fazer as coisas, e o que elas devem fazer e começar a ouvir o que podemos fazer por vocês. 

Sobre a Emotion Revolution (Revolução Emocional)

O que estamos tentando dizer é que isso é um assunto importante, inteligência emocional afeta o seu futuro, suas oportunidades, e sua habilidade de viver uma vida feliz.  Afetou a minha habilidade de viver uma vida feliz, e ainda afeta. (…) Não se trata apenas de ser gentil um dia. Trata-se de todos os dias da sua vida como estudante e como professor revelando a si mesmo, revelando suas emoções para si mesmo e para aqueles ao seu redor, mostrando que você de fato está ouvindo o que eles estão dizendo. 

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Sobre a importância de dizer “não”

 

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Eu tenho uma certa ansiedade, depressão, algo… isso mudou minha vida toda. Eu tomo antidepressivo para isso. Eu tentei parar de tomar, mas meu médico me diz para não fazê-lo. Que não é seguro para mim. Todas as vezes em que tentei, fiquei bem neurótica, maníaca, doente. Então, estudei diferentes tipos de terapias. Desde medicina ayurvédica, mindfullness e consciência, meditação, mantra, acunpuntura… Eu faço acunpuntura, rezo de vez em quando, faço música, escrevo poesia, sou atriz (isso me ajudou muito!). Essas são as coisas que eu comecei a fazer, mas o que me ajudou mais foi perceber que parte da minha identidade é saber dizer “não” para aquilo que eu não quero fazer. (…) Muita gente ao seu redor diz o que você deve fazer o dia todo mas é seu direito escolher o que faz e não faz. É seu direito escolher as coisas em que você acredita e não acredita. É seu direito fazer a curadoria da sua vida, na sua perspectiva. Eu precisei tomar decisões como: “Por que estou infeliz? Ok, Stefani, Gaga, pessoa híbrida, por que você está infeliz? Por que você quer desistir da música?” Bom, eu realmente não gosto de vender perfumes, não gosto de perder meu tempo apenas apertando as mãos dos outros e sorrindo, tirando selfies. Isso soa superficial para a minha existência, tenho muito mais a oferecer do que a minha imagem. Não gosto de ser usada para que outras pessoas ganhem dinheiro. Me sinto triste quando estou sobrecarregada e me torno uma máquina de dinheiro e minha paixão e criatividade ficam de lado. Isso é o que me deixa infeliz. O que eu fiz? Comecei a dizer não. “Não vou fazer isso. Não quero fazer isso. Não vou tirar essa foto. Não vou a esse evento” (…) Aos poucos, fui lembrando de quem eu sou. E aí, você vai pra casa, se olha no espelho e gosta do que vê. “Isso! Posso ir para a cama com você todas as noites porque eu conheço essa pessoa! Essa pessoa é corajosa, tem integridade, tem opinião! Essa pessoa não recebe um texto de alguém e diz ‘Ó, Meu Deus! Escreveram isso, e mandaram esse emoji, será que escrevo de volta? O que você acha? Tudo bem?’ Essa é a era em que vivemos. Não estamos realmente nos comunicando uns com os outros, estamos, de maneira inconsciente, comunicando mentiras. 

Sobre o poder da dor

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Em determinado momento, Lady Gaga leu frase enviadas por alguns amigos que ela acredita serem falas poderosas. “Dor é algo bom. É um mensageiro e um dos mais poderosos professores. Tente não ignorar sua dor física ou emocional e transformá-la em potencial, em uma oportunidade. A dor desperta a verdade. Vai te ajudar a encontrar sua paixão, seu propósito para ser capaz de retribuir”.

Veja aqui parte da entrevista legendada em português

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Veja aqui a fala completa em inglês

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