Consumo de frutas e vegetais pode estar relacionado a menores sintomas de depressão, sugere estudo

Uma pesquisa com mais de 3 mil gêmeos encontrou uma relação entre alimentação saudável e sintomas depressivos em adultos.

Por Leo Caparroz
8 dez 2024, 10h32
Fotos de frutas a amostra em uma feira de rua.
 (Lina Moiseienko/Getty Images)
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Embora já não seja muito segredo que consumir frutas e vegetais seja bom para você, poucos estudos se concentraram em adultos com mais de 45 anos, ou especificamente em gêmeos.

O estudo, liderado pelo Centro de Envelhecimento Cerebral Saudável da UNSW Sydney, avaliou as associações entre a ingestão de frutas e vegetais e os sintomas depressivos ao longo de 11 anos, em 3.483 gêmeos da Austrália, Dinamarca, Suécia e EUA.

Publicadas no periódico Scientific Reports, as descobertas revelaram que maiores ingestões de frutas e vegetais foram associadas a menores sintomas de depressão ao longo do tempo.

“As descobertas apresentam outro argumento para aumentar a ingestão de frutas e vegetais em adultos com mais de 45 anos de idade”, afirma a doutora Annabel Matison, a principal autora do estudo.

Os transtornos depressivos contribuem significativamente para a carga de doenças em adultos com mais de 55 anos, variando de depressão leve que não atinge o limiar do diagnóstico clínico, mas ainda afeta a qualidade de vida, a transtorno depressivo maior grave. Indivíduos com depressão maior apresentam níveis mais altos de marcadores de estresse oxidativo e pró-inflamatório e níveis reduzidos de marcadores antioxidantes, quando comparados a indivíduos saudáveis.

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O estudo tem vários pontos fortes, em particular seu design gêmeo.

Os estudos com gêmeos fornecem uma oportunidade única para abordar algumas das limitações de estudos observacionais anteriores.

“Os pares de gêmeos compartilham 50-100% de sua base genética e, quando criados juntos, compartilham o mesmo ambiente familiar. Uma das vantagens do design gêmeo é que ele pode ajudar a abordar a questão de fatores indesejados, como status socioeconômico no início da vida, influenciando os resultados”, afirma a doutora Karen Mather, uma das autoras do estudo.

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O estudo coletou dados de estudos longitudinais de gêmeos, todos membros de um consórcio genético.

Os participantes tinham que ter mais de 45 anos no início do estudo, com dados de ingestão de frutas e vegetais no início do estudo, dados de depressão no início do estudo e dados de depressão de acompanhamento.

Nesta pesquisa, a baixa ingestão de frutas foi em média de 0,3 porções por dia e a baixa ingestão de vegetais foi de 0,5 porções por dia; enquanto a alta ingestão de frutas foi de 2,1 porções por dia e a alta ingestão de vegetais foi de 2,0 porções por dia. Curiosamente, o consumo total de frutas e vegetais na categoria alta ainda caiu notavelmente abaixo das recomendações alimentares da maioria dos países.

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“Descobrimos que o consumo de frutas e vegetais nos dois grandes estudos escandinavos foi particularmente baixo, com a média de ambos sendo menos da metade da ingestão recomendada pela Organização Mundial da Saúde de pelo menos 5 porções por dia”, disse Matison.

“Não temos certeza de qual seria a redução nas pontuações de depressão se as ingestões fossem aumentadas para os níveis recomendados.”

De acordo com os pesquisadores, a relação benéfica entre a ingestão de frutas e vegetais e a depressão é provavelmente devido aos altos níveis de fibras alimentares, vitaminas e micronutrientes. O consumo de frutas e vegetais também parece impactar positivamente a composição do microbioma intestinal e proteger contra danos oxidativos ao cérebro.

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“A importância do microbioma intestinal e sua influência potencial na depressão como resultado da inflamação, tanto sistêmica quanto neuroinflamação, está se tornando cada vez mais bem compreendida”, afirma Matison

Para os pesquisadores, os profissionais de saúde devem monitorar a ingestão de frutas e vegetais de seus pacientes e fornecer aconselhamento comportamental para ajudar as pessoas a aumentar seu consumo.

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