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Buscapé passa por mudanças na gestão

Sandoval Martins, que completou em março um ano na presidência do Buscapé, lidera um momento de transformação da companhia

Por Elisa Tozzi
Atualizado em 16 out 2024, 09h47 - Publicado em 7 jul 2017, 17h00
Sandoval Martins, CEO do Buscapé: a Naspers, que não divulgou o valor do acordo, disse que a transação deve ser concluída este ano (Leandro Fonseca/VOCÊ S/A)
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Quando assumiu a presidência do Buscapé em março do ano passado, Sandoval Martins tinha o desafio de transformá-lo numa empresa mais estruturada e pronta para encarar as mudanças do mercado de varejo online. O plano, que ganhou o apelido de Fênix, melhorou as margens da empresa em três meses e abriu caminho para que a antiga startup, que está completando 18 anos, se reinventasse com velocidade. Agora o objetivo é fazer com que os clientes usem o Buscapé no dia a dia — e não apenas na compra de um bem mais caro, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos. “O cartão de crédito do consumidor tem de estar dentro do Buscapé. Meu sonho é que ele use a plataforma para comprar desde celular até gasolina para o carro”, diz Sandoval.

Como você assumiu o cargo de CEO do Buscapé?
Eu me tornei CEO às 4 horas da manhã, depois de ter conversado com meu chefe, da Napster [grupo de mídia sul-africano que comprou o Buscapé em 2009], que estava em Singapura. De 2013 a 2015, fui CFO global da companhia e sempre deixei claro que queria me tornar presidente em algum momento. Quando a oportunidade surgiu, corri atrás. Foi tudo muito rápido. Expliquei qual seria minha visão para o Buscapé e por que eu seria a escolha certa. Na minha apresentação, o primeiro slide estava em branco. Queria mostrar que era hora de esquecer todos os paradigmas do passado e começar um novo caminho. A empresa tentou algumas coisas antes e não deu certo — porque o timing estava errado. Agora estamos mais maduros e com o time certo. Quando assumi, deixei claro que não iria ser um executivo de transição, mas de transformação.

Quais são os planos para isso?
Uma vez, ouvi que o Buscapé era uma empresa morna para pessoas irrelevantes. Doeu. A companhia nunca foi assim, e minha meta era mudar essa percepção. Pela quantidade de gente que me procura para fazer negócios e para perguntar sobre vagas, sei que essa ideia mudou. Somos, hoje, uma empresa de tecnologia, mídia, varejo e dados. No dia 31 de março, anunciamos nossa plataforma de market place, um pequeno passo para chegar à nova empresa que imaginamos. Queremos que as vendas tenham conteúdo — assim, o Buscapé será mais do que um comparador de preços. Estamos fechando parcerias com grandes empresas do e-commerce, e minha ambição é que a plataforma permeie todas as compras do consumidor — você pode dizer que nem a Amazon conseguiu isso, o que é verdade, mas não dá para sonhar pequeno.

A companhia já sente os reflexos dessas mudanças?
Quando estiver tudo organizado, seremos quatro vezes maior do que somos. Neste ano, em comparação com 2016, crescemos entre 15% e 20%. Para o ano que vem, a meta é crescer o dobro do mercado de e-commerce, que está com previsão de 12%. Não estou interessado só em receita. Crescimento é mais importante do que cortar custos, por isso investimos tanto em tecnologia.

Os funcionários estão engajados com as novidades?
Eles percebem que estamos em ascensão e querem fazer parte disso. Desde que assumi, houve 68 movimentações por mérito e 40 promoções — três delas para vice-presidência. E ainda deveremos contratar de 30 a 50 pessoas até o fim do ano. Um executivo me perguntou como a gente consegue fazer com que os funcionários entreguem resultados se temos tantas distrações, como mesas de jogos, videogame e até espaço para uma banda. O segredo são as metas e o reconhecimento — seja financeiro (como os bônus) ou não (como a festa que fazemos quando alguém implanta uma sugestão relevante). Você tem de confiar no funcionário e fazer a coisa de modo verdadeiro.

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