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As vantagens e desvantagens da educação à distância

Pavlos Dias, gerente da Blackboard, fala sobre comportamentos que fazem o aluno de EAD se destacar no mercado de trabalho

Por Por Redação Você S/A
Atualizado em 17 dez 2019, 15h22 - Publicado em 20 abr 2016, 11h00

São Paulo – Foco, disciplina, responsabilidade e liderança. Essas são algumas das competências que a maioria dos empregadores procura em profissionais qualificados. Mas como o trabalhador adquire essas características? Para Pavlos Dias, gerente nacional da empresa Blackboard Brasil, esses comportamentos são percebidos em alunos que passaram por educação à distância, ou seja: cursaram uma graduação online. 

Pavlos acredita que as universidades presenciais pecam ao destacar em sala de aula a teoria, muitas vezes deixando de lado a prática e não preparando o aluno para o mercado de trabalho que ele irá enfrentar. Já um curso à distância, na opinião dele, faz com que o estudante ganhe maturidade para se organizar e solucionar seus próprios problemas, o que o deixa mais apto para o mundo corporativo.

A Educação à Distância no Brasil, conhecida como EAD, tem crescido cada vez mais nos últimos tempos, totalizando, segundo um levantamento de 2014 realizado pela ABED (Associação Brasileira de Educação à Distância), 1 840 cursos regulamentados e oferecidos por 48% das instituições que adotaram o método.

Em entrevista exclusiva à Você S/A, Pavlos Dias explicou um pouco mais sobre a educação à distância, realizando uma breve comparação com os cursos presenciais.

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Como o curso faz para desenvolver as competências desejadas pelo mercado?

Pavlos: A estratégia utilizada varia de instituição para instituição, cada curso faz da sua maneira. Há diferentes tipos de curso, como, por exemplo, os que são focados em tecnologia. Existem diversas variáveis que influenciam no desenvolvimento das competências. O próprio processo faz com que o aluno desenvolva as características necessárias para o mercado. A própria natureza do estudo online realiza o desenvolvimento das competências. O aluno vai desenvolvendo o foco e a disciplina ao recorrer do curso.

Qual a diferença mais marcante entre o curso à distância e o presencial?

Pavlos: O presencial está mais próximo do aluno, então o professor consegue enxergar se o aluno está conseguindo entender, ver ali no olho dele se ele está acompanhando o conteúdo. Já o à distancia é diferente no método de monitoramento. O aluno passa a ser o agente central, a decidir quando vai estudar, como e quando vai entregar o trabalho. O aluno acaba sendo mais autônomo e desenvolvendo isso de maneira mais forte. Só essa diferença já faz com que se destaque o aluno do curso à distância. 

O que leva o estudante a optar por um curso online no lugar de um presencial?

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Pavlos: A escolha pelo online está mais ligada a outros fatores do que a ser organizado em si: a disponibilidade de horário, a questão financeira, onde o aluno mora… Isso tudo pesa muito mais na decisão do aluno, que pode migrar para a presencial ou sair do curso online por não se adaptar ao modelo.

Realizar um curso à distância não atrapalha no desenvolvimento de uma rede de contatos da área para o futuro? Como o aluno cria um networking?

Pavlos: Os ambientes presenciais e online são diferentes.  Eu acredito que muda um pouco a maneira de se relacionar, o estudante tem que se adaptar a outro modelo, mas a gente têm muitas ferramentas que facilitam isso, como os grupos no WhatsApp e outras redes sociais. Independentemente de serem colegas ou não, os alunos passam 24 horas conectados uns com os outros. E hoje no Brasil são poucos os cursos que são cem por cento à distância, eles ainda se encontram com os colegas. Não é oito ou oitenta, há o contato físico, encontros mensais ou semanais. Os próprios cursos que oferecem esses encontros, sempre há algum componente presencial.

Como o mercado de trabalho vê o profissional que realizou um curso à distância ao invés de um presencial?

Pavlos: A educação à distância no Brasil é relativamente nova. Se a gente olhar para trás, tem toda uma história do ensino superior crescendo desde os anos 1970. Depois de uma segunda onda de crescimento na educação, surgiu o EAD nos últimos 10 anos. Quando você olha como isso é novo, é normal ter certa resistência. Mas isso caiu, hoje em dia é cada vez menor. É muito comum uma instituição não perguntar como foi o curso, presencial ou online, mas o próprio aluno acaba revelando isso. É mais relevante mostrar o que o profissional sabe, as técnicas do que o curso que ele realizou. As empresas não estão mais preocupadas em como os alunos realizaram os cursos, e estão mais abertas para receber esses alunos. Hoje cada dia mais a gente vê o sucesso desses alunos e do seu processo de aprendizado.

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