Continua após publicidade

Uso do cheque especial caiu e foi depois que o BC limitou o juro

Há um ano, o Banco Central decidiu que bancos não poderiam cobrar mais de 8% ao mês de quem ficasse no negativo.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 14 jan 2021, 15h44 - Publicado em 8 jan 2021, 00h00
-
 (Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
Continua após publicidade

Há um ano o Banco Central decidiu colocar um limite nos juros cobrados de quem entra no cheque especial. Disse aos bancos que 8% ao mês estava de bom tamanho. Naquela época, tinha quem cobrasse o dobro de quem escorregasse para o negativo da conta corrente. Na média, o juro era de 10,9%.

A paulada até veio com um afago: o BC permitiu que instituições financeiras cobrassem tarifas de clientes que quisessem ter a linha de crédito disponível, mesmo que nunca caíssem no cheque especial.

Essa tarifa era um pedido antigo do setor. Os bancos diziam que era o modelo de outros países, os que têm juros menos escorchantes. Se pudessem adotá-lo, os juros cairiam naturalmente.

Hoje o cheque especial sai em média por 6,5% ao mês. Significa que uma dívida de R$ 1.000 se transforma em R$ 1.065 depois de 30 dias. E em R$ 2.129 depois de um ano – maldito juro composto.

Continua após a publicidade

Só que a história de cobrar mais uma tarifa não vingou. Pegou tão mal que nenhum banco arriscou arrumar mais uma antipatia com os clientes. Afinal, quem oferece cheque especial, grosso modo, são os grandes, os mesmos que cobram manutenção de conta, TED, anuidade de cartão mais um corredor polonês sem fim de taxas.

Mas uma coisa curiosa aconteceu depois da queda forçada dos juros, essa sim típica de livre mercado. O uso do cheque especial caiu 18%. Em novembro, dado mais recente do BC, foram emprestados R$ 26 bilhões para quem gastou mais que o salário. Em dezembro do ano passado, consumidores haviam usado R$ 31,7 bilhões.

Uma das teses para o fenômeno é a de que as pessoas estão com as contas mais controladas durante a pandemia. E isso, de alguma forma, é verdade. A inadimplência do brasileiro nunca foi tão baixa. Outra é a concorrência entre bancos, que acabou baixando essa modalidade de crédito – que, mesmo assim, segue em indigestos 113% ao ano, 58 vezes a Selic. Fuja.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.