Somente 16% dos brasileiros conseguem ter reserva financeira para gastos médicos inesperados
Estudo especial da Serasa revela que poucos brasileiros têm dinheiro reservado para cuidar da saúde.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha a pedido da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) em 2024, 45% dos brasileiros admitem ser difícil reduzir as despesas para conseguir guardar dinheiro, enquanto 42% revelam ter dificuldade de gerar renda suficiente para poupar ao longo do ano.
Para 35% dos entrevistados, lidar com despesas extras e imprevistos também é um desafio para o planejamento financeiro. Se já existe uma dificuldade em guardar dinheiro, gastos surpresa são mais um problema. Uma outra pesquisa, essa realizada pela Serasa e dr.consulta, mostrou que apenas 16% das pessoas conseguem manter uma reserva para despesas médicas inesperadas. O problema de planejamento não é só financeiro, mas pode também impactar gravemente 0 cuidado com a saúde.
De acordo com a análise, investir em um cuidado preventivo contribui para a redução de riscos de complicações médicas e pode evitar emergências que afetam tanto o bem-estar quanto a estabilidade financeira.
Os números da análise apontam para uma situação complicada: 52,9% dos entrevistados não possuem nenhum tipo de reserva financeira para situações inesperadas. Patrícia Camillo, especialista em educação financeira da Serasa, reforça a importância de incorporar o quesito saúde ao planejamento financeiro mensal. “Ainda que em pequenos passos, criar uma reserva para urgências é preciso para não afetar ainda mais a saúde física e a mental, que vão impactar diretamente o orçamento”, diz Patrícia. “Investir em prevenção, com a adoção de hábitos saudáveis e acompanhamento contínuo, também garante equilíbrio financeiro para o bolso”.
Quando questionados sobre os valores que estão dispostos a investir em saúde, 36,4% dos brasileiros estão dispostos a gastar até R$300 mensalmente em sua saúde pessoal. Apenas 6,6% afirmam que estariam dispostos a investir mais de mil reais para o mesmo propósito.
Saúde mental e financeira
Entre os entrevistados, 30,6% afirmam que o principal objetivo em relação à saúde da sua família atualmente é a saúde mental e 67,8% concordam que a situação financeira impacta na ansiedade. Apesar desse impacto, 55,8% dos participantes nunca buscaram ajuda psicológica para lidar com esses desafios.
“O principal destaque desse levantamento é a conscientização sobre a relação entre finanças e saúde, incluindo tanto o bem-estar físico quanto o mental. O estudo reforça ainda a importância do cuidado preventivo e da atenção primária, que vão além do simples acesso a serviços médicos – trata-se de um acompanhamento contínuo e integral. Pequenas ações, como check-ups regulares e o controle de condições crônicas, podem evitar problemas mais graves no futuro, reduzindo tanto o impacto na qualidade de vida quanto os custos com tratamentos emergenciais. Priorizar a saúde desde cedo é essencial para garantir bem-estar e estabilidade em todos os aspectos da vida”, alerta Paulo Yoo, Diretor Médico de Experiência e Programas de saúde do dr.consulta.