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Mercado brinda alta do petróleo e boas perspectivas para a Ambev

Opep+ se compromete a evitar quedas nos preço do barril. Cervejeira comemora dados do pequeno comércio.

Por Monique Lima, Alexandre Versignassi
Atualizado em 9 out 2020, 16h31 - Publicado em 17 set 2020, 18h14

Uma palavra amiga, uma notícia boa, era tudo o que o Ibovespa precisava hoje para voltar aos 100 mil pontos. E ela veio. O fechamento em 0,42%, a 100.097 pontos foi pelo menos em parte resultado da reação positiva a um comunicado da Opep+ (o grupo formado pelos países que exportam muito petróleo). 

Em transmissão por streaming feita no site da entidade, o cartel petroleiro reiterou a importância de compensar o volume de óleo produzido em excesso por alguns países do grupo para conter a oferta no mercado – e não deixar os valores despencarem. Também foi anunciado que o cumprimento desse acordo de cortes na produção foi total em agosto (total e mais um pouco: 102%. 

A declaração bombou os contratos futuros de petróleo nos mercados internacionais, o que beneficiou as ações da Petrobras (PETR3 em +2,23% e PETR4 +1,93%), e alavancou o índice. A virada das ações da Vale para o azul também tiveram sua dose de importância, embora tenha ocorrido ignorado o fechamento do minério de ferro no negativo de 1,48% em Qingdao. Vale e Petrobras, afinal, correspondem sozinhas a XX% do Índice Bovespa. 

Mas não foi só a dupla de gigantes. As maiores altas do dia foram outras. Vamos a elas: 

A Ambev deu um show de valorização hoje por conta de dados otimistas sobre a venda de bebidas. A Confenar, uma confederação que reúne 110 empresas revendedoras de cerveja para o varejo de pequeno e médio porte, anunciou um aumento de 8,2% no acumulado do ano até agosto. Trata-se de um dado inesperado. 

A própria Ambev, como um todo, viu suas vendas abaladas durante a pandemia – os 400 mil estabelecimentos atendidos pela Confenar correspondem a apenas 30% do volume que a empresa vende. Mesmo assim, os dados mostram que ao menos os pequenos comércios venderam mais suco de cevada do que antes do coronavírus (haja delivery – e desrespeito contra as regras mais duras de isolamento que estavam em vigor pois, sim, o que não faltou Brasil afora foi bar aberto à margem da lei). 

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Enfim. Com a reabertura “oficial” dos bares, que começou em julho, a expectativa agora é que o balanço da Ambev venha forte no terceiro trimestre. Resultado: 4,78% e o segundo lugar no pódio de hoje do Ibov. 

A medalha de ouro ficou com a Usiminas, graças a uma ajudinha externa. O Credit Suisse – banco referência em investimentos – revisou o preço-alvo das ações da companhia para cima, de R$ 6,50 para R$ 12, e também elevou a recomendação, que era de “venda”, para “neutro”. O Credit Suisse justifica dizendo que aposta no crescimentos das vendas de equipamentos agrícolas e eletrodomésticos linha branca (geladeiras e cia) – produtos que demandam mais aço das siderúrgicas.  

Com pontos tão positivos e subidas tão significativas, o fechamento do Ibovespa só não foi melhor por conta da rebordosa de seus pares americanos. 

Exterior na fossa 

A repercussão dos anúncios feitos pelo Federal Reserve ontem, de que as taxas de juros permanecerão perto de zero pelos próximos três anos, ainda não foi digerida pelos investidores. Embora juros baixos, no geral, reflitam bem no mercado de ações, o problema está nas entrelinhas de todo esse relaxamento monetário: ele sugere que a recuperação econômica no país não será tão rápida quanto o mercado esperava, afinal. 

Com expectativas baixas, o botão de cautela seguiu apertado e a liquidação foi liderada pelas ações das bigs techs, como tem se visto com frequência nos últimos tempos. Amazon (-2,25%), Facebook (-3.30%) e Apple (-1.60%) tragaram o índice da Nasdaq em -1,27%. E levaram junto o índice mais importante dos EUA, o S&P 500 (-0,84%). 

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Nem mesmo a queda nos pedidos de seguro-desemprego ajudaram a recuperar a positividade por lá. As novas solicitações ficaram em 860 mil, 33 mil a menos do que a semana anterior. Um resultado melhor do que a expectativa dos especialistas, que estava em 875 mil. 

Pois é. Não é mais qualquer notícia boa que tem a capacidade de levantar a moral das bolsas americanas. Agora, pelo jeito, só com um noticiário inteiro. 

 

MAIORES ALTAS 

Usiminas: 5,15%

Ambev: 4,78%

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Suzano: 3,03%

Companhia Siderúrgica Nacional: 2,58%

Brasken: 2,54%

 

MAIORES BAIXAS 

Hapvida: −3.29%

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Notre Dame Intermédica: −3.01%

MRV: -2,69%

Totvs: −2,68%

Lojas Americanas: −2.49% 

 

Petróleo 

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Brent: +2,56%, a US$ 43,30 

WTI: +2,02%, a US$ 40,97

 

Em Nova York: 

S&P 500: -0,84% (3.357) 

Nasdaq: -1,27% (10.910) 

Dow Jones: -0,47% (27.901 pontos)

Dólar: -0,13%, a R$5,23

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