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Falta de controle financeiro atinge 47% dos adolescentes e afeta saúde mental

Desorganização financeira e pressão social gera endividamento precoce e pode trazer estresse e ansiedade

Por Da Redação
Atualizado em 6 out 2025, 17h36 - Publicado em 6 out 2025, 17h00
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A imagem mostra uma mão colocando uma moeda em um cofrinho preto em formato de porquinho. O cofrinho está posicionado no canto inferior esquerdo da imagem, enquanto no centro e à direita há uma grande quantidade de moedas espalhadas sobre uma superfície branca (Cottonbro/Pexel/Divulgação)
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A forma como os adolescentes lidam com as finanças envolve mais do que a matemática financeira: envolve emoções, identidade e pressão social. A busca por pertencimento, a baixa tolerância à frustração e a dificuldade de planejar a longo prazo tornam os jovens mais vulneráveis ao consumo imediato e às comparações com os pares, fatores que podem desencadear ansiedade, baixa autoestima e até endividamento precoce.

Essa relação entre dinheiro e bem-estar emocional, muitas vezes invisível, é destacada pelo Pedro Rujano, psicólogo dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru. “Quando o jovem desenvolve autoconhecimento, controle emocional e hábitos de organização, consegue tomar decisões mais conscientes e com sentido, reduz o estresse ligado às finanças e constrói bases mais sólidas para a vida adulta”, afirma.

A conexão entre dinheiro e bem-estar emocional está cada vez mais evidente. Uma pesquisa da fintech Onze em parceria com a Icatu, revelou que 49% dos brasileiros apontam o dinheiro como a principal fonte de preocupação — índice muito superior a temas como saúde (19%), família (15%) e trabalho (7%), violência (7%) e política (3%). 

Entre os jovens, essa aflição é particularmente alarmante. Um levantamento da CNDL e SPC Brasil mostra que 47% da Geração Z não controla suas finanças pessoais. Além disso, a pesquisa mostra que muitos não sabem como fazer (19%), sentem preguiça (18%), não tem hábito ou disciplina (18%) ou não tem rendimentos (16%). Ainda de acordo com a pesquisa, 26% ainda afirmam usar um bloquinho de papel para fazer o controle das despesas do mês.

A educação financeira é importante desde o início da vida adulta. Não é só sobre entender conceitos como juros compostos, crédito rotativo e reserva de emergência, mas também aprender a lidar com impulsos de consumo, negociar dívidas e diferenciar necessidades de desejos. Com práticas simples, como registrar gastos, definir metas e reservar parte da renda para imprevistos, é possível reduzir a ansiedade, conquistar maior previsibilidade e fortalecer a confiança na relação com o dinheiro.

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“Quando o jovem aprende desde cedo a organizar seus gastos e a compreender a importância de escolhas conscientes, ele evita problemas financeiros no futuro e reduz significativamente os riscos emocionais que acompanham essa falta de planejamento”, afirma Sam Adam Hoffmann, CEO da Investeendo.

Dicas de finanças para crianças e adolescentes

“A educação financeira pode começar ainda na infância e evoluir conforme a idade. Pequenas dicas e orientações ao longo desse processo fazem toda a diferença, pois ajudam as crianças a criarem hábitos saudáveis desde cedo e, na juventude, contribuem para que façam escolhas mais conscientes e responsáveis”, comenta Vanessa Cristiane Motta de Matos, que é sócia-fundadora da Investeendo.

De acordo com Vanessa, a partir dos três anos, por exemplo, as crianças já conseguem compreender conceitos básicos ligados à quantidade, mesmo sem noção real de valores monetários. É o momento ideal para introduzir a ideia de escolhas. Em atividades simples no mercado, os pais podem permitir que o filho leve apenas um produto, reforçando que não é possível ter tudo ao mesmo tempo. Segundo educadores, mesmo que a criança se frustre, a experiência transmite responsabilidade e autonomia, já que a decisão final foi dela.

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Entre os sete e os dez anos, quando passam a entender o valor das moedas e notas, as crianças podem ser estimuladas a lidar com pequenas quantias. Uma estratégia é entregar um valor fixo para compras no mercado e, depois, discutir se a escolha foi a mais adequada. Também é possível envolver os pequenos no planejamento doméstico: definir um orçamento para a lista de compras, apagar as luzes ao sair dos cômodos ou fechar torneiras ajudam a relacionar economia com ganhos futuros.

Na adolescência, o desafio se torna maior. Muitos jovens já conhecem os valores monetários, mas não os relacionam com os gastos familiares. Vanessa comenta que apresentar as contas da casa, mostrar quanto entra e quanto sai a cada mês e ensinar a analisar extratos e faturas são formas de aproximar o adolescente da realidade financeira. É também o momento de abrir uma conta bancária e explicar conceitos básicos sobre cartão de crédito, juros e investimentos.

Ao ingressar no mercado de trabalho, como estagiários ou aprendizes, os adolescentes precisam aprender a organizar o primeiro salário. A orientação é estabelecer metas e criar disciplina desde cedo. “Uma regra prática é separar 15% para investimentos, 15% para poupança destinada a objetivos maiores e utilizar o restante conforme necessidades e desejos pessoais. Assim, os jovens aprendem que educação financeira não significa abrir mão de gastos supérfluos, mas sim equilibrar consumo, economia e planejamento”, complementa Vanessa.

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