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Educação financeira: um investimento que não podemos mais adiar

A maioria dos brasileiros atualmente não tem um planejamento para a aposentadoria. A raiz desse problema: falta de educação financeira ao longo da vida.

Por Mórris Litvak, em colaboração especial com a Você S/A*
7 set 2025, 08h00
Regador verde e notas de dólar americano em fundo rosa.
 (the_burtons/Getty Images)
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O Brasil convive há décadas com um problema silencioso, mas com impactos profundos na vida das pessoas e na economia: a falta de educação financeira ao longo da vida. Pesquisa da Maturi, em parceria com a NOZ Inteligência, revela que 71% dos brasileiros acima de 50 anos que ainda não se aposentaram não possuem previdência privada. Mais grave: 32,4% nunca fizeram qualquer planejamento para a aposentadoria. Entre os aposentados, 56,3% admitem ter se planejado pouco e 22,4% não se prepararam de forma alguma.

Esses números dialogam com outro dado alarmante: apenas 20,4% dos entrevistados têm controle total de suas finanças mensais, e somente 16,9% conseguem poupar todos os meses. Isso expõe uma fragilidade que vai muito além do indivíduo — afeta famílias, empresas e o país como um todo. A instabilidade financeira leva ao endividamento, compromete a produtividade, afasta sonhos e limita escolhas.

A ausência de previdência privada é um sintoma claro dessa falta de preparo. Entre os não aposentados que não se planejam financeiramente, 93,8% também não possuem previdência. É um ciclo que começa cedo, fruto de um problema estrutural: não aprendemos, desde a infância, a lidar com dinheiro de forma consciente. E esse vazio de conhecimento se prolonga ao longo da vida, inclusive para quem empreende — lembrando que, segundo o IBGE, quase metade das empresas brasileiras fecham em até três anos, e um dos principais motivos é a má gestão financeira.

O cenário piora quando olhamos para as disparidades de gênero: apenas 8,1% das mulheres acima de 50 anos dizem ter conhecimento financeiro avançado, contra 21,2% dos homens. Isso reforça desigualdades históricas que dificultam o acesso das mulheres à independência econômica.

Mas nem tudo é motivo para pessimismo. A pesquisa também mostra que 66,7% dos participantes possuem algum tipo de investimento e que há um desejo concreto de mudança: nos próximos cinco anos, 55% querem aumentar a renda, 35,2% buscam ampliar sua reserva ou patrimônio e 30% planejam construir uma aposentadoria segura. Existe vontade, mas faltam ferramentas, incentivo e oportunidades.

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É aqui que entra a responsabilidade compartilhada. Educação financeira não deve ser um esforço isolado do indivíduo. Empresas podem (e devem) incluir esse tema em seus programas de desenvolvimento, ajudando seus colaboradores a se prepararem para o futuro. O governo e as instituições financeiras têm papel essencial em criar políticas e produtos mais acessíveis e transparentes. E a sociedade precisa fortalecer o diálogo aberto sobre dinheiro, quebrando tabus e incentivando o aprendizado contínuo.

A longevidade é uma conquista da humanidade, mas para que ela seja vivida com dignidade e autonomia, é urgente que tratemos a educação financeira como um pilar fundamental. O momento de agir é agora — e todos nós temos um papel a cumprir.

*Mórris Litvak é fundador e CEO da Maturi, empresa de capacitação que atende organizações e pessoas 50+.

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