Em dia de inauguração do Epic Universe, o VP de Marketing da Universal tem algo a dizer

Em entrevista à Você S/A, o executivo brasileiro Marcos Barros conta sobre o projeto, a participação de seu time e os aprendizados ao longo do caminho. Confira.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 22 Maio 2025, 16h12 - Publicado em 22 Maio 2025, 15h40
Ilustração do Epic Universe visto de cima
Ilustração do Epic Universe visto de cima (Universal/Divulgação)
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ois que suba a música clássica de abertura dos filmes da Universal (caso você tenha esquecido, clique aqui e volte rapidinho). Nesta quinta-feira (22), a marca ganha um novo capítulo: estão abertas oficialmente as portas do Epic Universe, seu novo parque temático em Orlando.

Com 10 anos de planejamento e investimento estimado em US$ 7 bilhões, o Epic dobrou o tamanho do resort da Universal e, para a alegria do público, ampliou seu repertório de personagens. São cinco mundos (dos quais você pode ver fotos no final desta matéria, caso assim queira): o Ministério da Magia, para somar ao Mundinho Harry Potter; a Ilha de Berk, do filme Como Treinar o Seu Dragão; o Super Nintendo World; o Celestial Park e o Dark Universe, voltado aos entusiastas de vilões como Frankenstein, Drácula e outros congêneres clássicos do terror.

Para quem é fã desse tipo de passeio, estamos cientes de que estas informações devem estar no seu repertório há algum tempo. O que pode ser novidade é que o projeto tem mãos brasileiras envolvidas: vide Marcos Barros, Vice-Presidente de Marketing e Vendas da companhia. São 25 anos de Universal no currículo do executivo.

Em conversa com a VC S/A, Barros contou um pouco sobre o projeto, a participação do seu time e os principais aprendizados ao longo do caminho. Também deu uma prévia dos planos ao consumidor brasileiro – como você confere a seguir.

Marcos Barros, Vice-Presidente de Marketing e Vendas da América Latina da Universal, palestra para empreendedoras participantes do Programa Salto Alto, em Orlando.
Marcos Barros, Vice-Presidente de Marketing e Vendas da América Latina da Universal, palestra para empreendedoras participantes do Programa Salto Alto. (@julesphotography/ Programa Salto Alto/Divulgação)
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Quais foram os principais desafios que você precisou enfrentar na hora de pensar em um projeto como esse?

O projeto começou há 10 anos, em 2015. É de longo prazo. O começo dele foi de muita pesquisa. Especialmente para responder à seguinte pergunta: “O que a Universal precisa adicionar no complexo de Orlando para se tornar um destino de férias que ofereça atividades para uma família durante uma semana?”. Porque são esses sete dias que a maioria dos consumidores utilizam para definir o que é um destino de férias digno ou não.

Para empreendedores, vale dizer: usamos essa temporalidade porque estamos no segmento de turismo e entretenimento. Mas essa linha de raciocínio é útil para qualquer produto ou serviço. Como o seu consumidor define o ideal daquilo? Essa pode ser sua fotografia de sucesso. Foi por meio dessa reflexão que a gente entendeu a necessidade da existência de um parque como o Epic, e como chegamos aqui hoje.

As longo destes 10 anos, suas funções dentro do projeto devem ter se metamorfoseado. Qual era sua missão no início e como isso foi mudando ao longo do tempo?

A Universal é bastante matricial [organizações cujas equipes ficam sob a supervisão de vários líderes]. Então dentro do guarda-chuva sob o qual estou inserido, que é o do Marketing, nós apoiamos o departamento de estratégias a desenvolver pesquisas, tabular dados e afins, para que também pudéssemos entender qual era o melhor caminho a seguir por aqui. Isso definido, apoiamos o trabalho do departamento criativo, para que eles pudessem, literalmente, criar o projeto com base naquilo que estávamos oferecendo.

Mas, via de regra, todo nosso departamento – digo o de Marketing e Vendas – acaba ficando mais envolvido em um projeto como esse no final. Em linhas de: “Esse é o produto, esse é o caminho. Como podemos vendê-lo?”. Acima de tudo, é importante bater na tecla de que foi um trabalho em equipe. Há várias divisões envolvidas para que chegássemos a um resultado como esse.

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E qual foi a sua parcela de contribuição?

Diria que em 2018 começamos a trabalhar efetivamente nas estratégias de médio a longo prazo de lançamento desse novo produto. E o meu envolvimento foi pensar nisso para os mercados internacionais como um todo mas, em particular, para a América Latina.

Essa linha de raciocínio é útil para qualquer produto ou serviço. Como o seu consumidor define o ideal daquilo? Essa pode ser sua fotografia de sucesso.

Dito isso, lá em 2016, nós já começamos a mudar o posicionamento da marca da Universal. E a falar de um ponto de vista muito mais emocional e menos funcional, especialmente porque começamos a atuar como uma Challenger Brand, que é uma marca que busca desafiar o status quo do mercado com uma abordagem inovadora (ainda que não seja a marca líder). Ela quer desafiar a indústria. Temos vários exemplos disso: a Uber que desafiou como a mobilidade funciona; a Netflix, que desafiou como consumimos entretenimento; a própria Tesla, que desafiou a indústria automobilística com seus carros elétricos.

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A Universal quer se colocar dessa forma no mercado. Portanto, neste contexto, meu trabalho foi adaptar a estratégia, posicionamento, e toda parte de comunicação e promoção de vendas do mercado latino-americano.

Você está na Universal há mais de duas décadas. Já viu projetos enormes sendo idealizados, planejados e lançados. Quais os maiores aprendizados que tirou dessa vivência? 

O mais importante, já citei aqui: você precisa entender o que o seu consumidor quer. Ele está no centro de tudo. Não adianta montar um negócio baseado em uma compreensão sua daquele produto ou serviço, se quem você espera que vai usufruir daquilo tem uma percepção totalmente diferente. Tenha isso em mente.

O segundo aprendizado é sobre a coragem de inovar e, acima de tudo, seguir adiante. Uma marca que desafia o mercado é uma marca que pensa no próximo capítulo; não fica amarrada ao passado ainda que seja um passado de sucesso.

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Da mesma forma que eu acredito que é importante mudar, também acho importante que se confie no processo. Desenvolva estratégias de médio e longo prazo e vá até o final com elas. Acho perigoso estabelecer um plano para um ano e ficar revisitando a cada três meses. Você precisa ter um norte, um objetivo, um caminho. Uma estratégia boa de verdade não vai demandar que você a revisite a cada dois segundos.

Então, esse é o tripé de aprendizados. Entenda seu consumidor; não tenha medo de inovar e mantenha sempre no horizonte uma visão de longo prazo. E, para isso poder acontecer, um time forte é fundamental. Um time com bagagens, capacidades e panos de fundo diferentes. Cada um contribuirá à sua maneira, em sua área de expertise, para o desenvolvimento dessa macroestratégia. Projeto grande você não desenvolve sozinho e não chega à linha de chegada sozinho. Gosto muito daquele ditado: sozinho a gente vai mais rápido, mas junto a gente chega mais longe.

Falando em projetos grandes, eu sempre brinco que a Flórida é o estado mais ao norte do Brasil. Pensando nesse plano de expansão de vocês, não há planos de abertura de um parque por lá? 

Não temos nenhum projeto para o Brasil neste momento. Já tivemos estudos de viabilidade, para entender se era possível fazer essa construção e desenvolvimento no país, mas não rendeu em nada por ora.

Gosto muito daquele ditado: sozinho a gente vai mais rápido, mas junto a gente chega mais longe.

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Tudo isso dito, o brasileiro é um público muito importante para nós, especialmente por Orlando ser um dos destinos internacionais preferidos desse público hoje. Fico muito feliz de ver a Universal inserida nesse contexto.

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