Conheça as motos elétricas e inteligentes made in Brazil

A Voltz começou como montadora e expandiu a atuação para o crédito, para conseguir vender seus veículos.

Por Guilherme Jacques
Atualizado em 5 abr 2022, 11h38 - Publicado em 5 abr 2022, 10h00
Renato Villar
 (Foto: Divulgação/VOCÊ S/A)
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A Voltz é uma montadora brasileira de motos elétricas – bem mais acessíveis do que os carros da mesma estirpe, para quem pretende zerar as emissões com transporte, e livrar-se dos aumentos nos combustíveis.

Mas existe uma pedra no meio do caminho desse (promissor) mercado: bancos não gostam de dar crédito para compra de motos, pois trata-se de um financiamento mais arriscado.

O caminho foi colocar um sistema de rastreamento nas motos, capaz de desativá-las em caso de roubo ou calote. Com isso, a empresa alcançou a marca de 11 mil unidades vendidas desde a fundação, em 2019. Nesta entrevista, Renato conta mais sobre os planos da Voltz.

1- Qual a história da Voltz?

Nascemos em Recife como uma empresa que gostaria de fazer a transição das motocicletas de motor à combustão para o elétrico. Mas descobrimos que, para vender uma moto, é preciso vender o crédito. Naquela época, em 2019, a nossa taxa de reprovação junto aos bancos era altíssima. Não conseguiríamos sobreviver de vendas à vista em um mercado que é majoritariamente financiado. Então começamos a trabalhar em um conceito de motos inteligentes, e o mercado passou a demonstrar interesse. Esse virou o propósito da Voltz: criar motos inteligentes para que a gente consiga dar mais segurança para o banco, para a financeira e para a seguradora.

2- Como funcionam as “motos inteligentes”?

São motos que conseguimos controlar à distância. Há um GPS que permite o monitoramento e o envio da localização e dados do funcionamento delas para a nuvem da Voltz. E existe um acesso remoto para desativá-la [em caso de calote no financiamento, por exemplo]. São três modelos, que custam entre R$ 14,9 mil e R$ 19,9 mil. Elas rodam com uma ou duas baterias de lítio – com duas, a autonomia é de até 180 km. Essas baterias carregam na tomada, em até quatro horas. Toda a manutenção delas é feita nas nossas lojas.

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3- Superada a questão do crédito, quais os outros desafios da Voltz para crescer?

O principal hoje é a cadeia de suprimentos. Já deixamos de vender 1,1 mil unidades por causa de atrasos [de fornecedores], que vão desde a plaquinha da chave da moto até as baterias. Sem contar a disparada do preço do frete marítimo. O segundo desafio é educar o consumidor [sobre os benefícios para o meio ambiente]. Não temos nenhum incentivo, nem fiscal nem educacional. Então, sabemos que vai levar tempo e demandar muito esforço. E o terceiro é fazer, de fato, coisas disruptivas. Poderíamos estar muito à frente se não houvesse tanta burocracia. Agora, por exemplo, vamos inaugurar a nossa fábrica na Zona Franca de Manaus. Fomos para lá sozinhos. Não teve ninguém para chegar e dizer ‘ei, o que vocês precisam para andar mais rápido?’.

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