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Uma trégua na conta do supermercado

Soja e milho voltam a patamares do início do ano, o que pode conter as altas no preço das carnes. Dólar (um pouco) mais fraco também ajuda.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 15 jul 2021, 14h13 - Publicado em 5 jul 2021, 07h00

A conta do supermercado pode até estar pesada, mas alguns sinais de alívio começam a aparecer. É que uma parte da alta de preços foi causada por matérias-primas mais caras – como milho e soja, que alimentam os animais de criação, e o petróleo, que faz os caminhões transportarem tudo o que você consome.

O petróleo até segue em alta (junto com o minério de ferro, para alegria de quem investe em Petrobras, Vale, PetroRio, CSN). Mas as commodities agrícolas mais importantes parecem ter deixado as máximas para trás.

Os preços de soja e milho, basicamente a ração dos franguinhos e porquinhos das suas refeições, atingiram as máximas ali pelo mês de maio, mas agora estão em um patamar mais parecido com o do começo do ano (alto, mas não desesperador). Ruim para os exportadores (e para o PIB), mas uma boa notícia para a maioria.

Como os frigoríficos conseguem comprar ração mais barata, a tendência é que os preços das carnes parem de subir.

Não só isso. Os grãos subiram por aqui também porque o Brasil exportou commodities como nunca. E isso gera dólares a mais para o país. Com mais dólares no mercado nacional, a cotação da moeda americana cai. Hoje estamos mais perto dos R$ 5 do que dos R$ 6, como era lá por março. Isso ajuda a deixar as coisas importadas menos caras e alivia o orçamento. Não estamos falando só de azeite italiano, mas de pão – já que boa parte do nosso trigo vem de fora.

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O resultado é que o IGP-M, aquele indicador de inflação que sempre reajustou o seu aluguel, deu uma trégua. Uma das coisas que esse índice faz de melhor é medir os preços no atacado. E ele subiu 0,60% em junho, ante grossos 4,10% em maio. Em 12 meses, o quadro ainda é complicado: alta de 35,75%. Essa foi a primeira desaceleração desde fevereiro. Agora é torcer para que a tendência siga nesse caminho.

Mas claro, é preciso combinar com São Pedro também. Se a falta de chuvas perdurar, vão vir mais aumentos na energia. E aí a trégua do IGP-M tende a ir para o espaço.

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