Tesla vai parar de aceitar bitcoins como pagamento por causa do meio ambiente
Elon Musk anunciou a decisão pelo Twitter após um relatório afirmar que só o investimento da montadora na criptomoeda era tão poluente quanto 1,8 milhão de carros a combustão.
 
							O bilionário Elon Musk anunciou ontem (12) que a Tesla, sua montadora de carros elétricos, não vai mais aceitar pagamentos na criptomoeda bitcoin por conta de preocupações com o meio ambiente. A notícia fez o preço do ativo despencar em até 15% pouco tempo depois.
Em um anúncio publicado no Twitter, Musk explicou que a Tesla está “preocupada com o rápido aumento no uso de combustíveis fósseis” relacionados à moeda virtual, e que, apesar de criptomoedas “serem uma boa ideia, não podem ter um grande custo ao meio ambiente”. A Tesla começou a aceitar bitcoin como meio de pagamento em março deste ano.
A mudança de posição faz sentido: Musk sempre teve um discurso de defesa do meio ambiente – ótimo para vender seus carros elétricos. Só que ela precisa de contexto. Mais cedo neste ano, o bilionário havia entrado num mercado de crédito de carbono ao contrário: em fevereiro, sua montadora comprou US$ 1,5 bilhão em bitcoins, o que gerou críticas de ambientalistas e especialistas que podem ter acarretado a nova postura de Musk.
Um relatório recente do Bank of America calculou que cada US$ 1 bilhão em bitcoins gera emissões de carbono anuais equivalentes à quantidade emitida por 1,2 milhão de carros. Ou seja, a pegada de carbono do investimento da Tesla seria a mesma de colocar 1,8 milhão de carros com motor a combustão interna para circular. Detalhe: é mais que o triplo do total de carros vendidos pela empresa de Musk em 2020.
O BofA também calculou que todo o sistema de funcionamento do bitcoin emite 60 milhões de toneladas de CO2 por ano (o mesmo que uma Grécia inteira), e consome mais ou menos a mesma energia dagigante American Airlines, a maior companhia aérea do mundo por número de passageiros transportados.
No novo pronunciamento, porém, Musk anunciou que a Tesla não vai vender nenhum bitcoin e que só pretende usar a criptomoeda para transações quando ela estiver ligada a fontes de energia mais sustentáveis. Ou seja: parece ter cedido à pressão contrária ao seu investimento de fevereiro.
Bom, mas, se a moeda é digital, como exatamente ela polui? Acontece que, para começar a circular, o bitcoin precisa primeiro ser “minerado”. Esse processo é feito por supercomputadores especializados em solucionar problemas matemáticos complexos. O que eles mais queimam é energia. E o consumo tende a aumentar, porque as equações ficam mais complexas à medida que os bitcoins rareiam. O limite de moedas é de 21 milhões, das quais 18,6 milhões já foram mineradas e estão em circulação. Os pouco mais de 2 milhões serão disputados a tapa – e muito carvão.
É que hoje 75% da mineração de bitcoin mundial acontece na China, país onde quase dois terços de toda energia vêm do consumo de carvão. Ou seja: a energia usada para manter os computadores funcionando na mineração virtual exige aumento na mineração do mundo real também.
Prova disso é que uma enchente em uma mina de carvão na província chinesa de Xinjiang, em abril deste ano, paralisou o fornecimento de energia momentaneamente na região. Resultado? Um terço de toda mineração global de bitcoin também ficou parada.
De qualquer forma, apenas o anúncio no Twitter de Elon Musk já foi suficiente para abalar o mercado de bitcoin (não é a primeira vez que algo assim acontece, como você pode ver aqui). Muita gente reclamou que perdeu grana só por causa do tweet do bilionário. E outros saíram em defesa do bitcoin, como o também bilionário Mark Cuban.
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