Renda mais alta: 900 mil famílias deixam de receber Bolsa Família
Programa está com menor número de beneficiários desde julho de 2022

No mês de julho, o Bolsa Família ficou mais enxuto. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, 921 mil famílias deixaram de receber o pagamento, por não se enquadrarem mais nos critérios de renda. Agora, o programa conta com 19,6 milhões de beneficiários, menor número dos últimos três anos.
Entre as famílias que saíram do programa, 42% passaram a receber mais do que meio salário mínimo por pessoa e 58% chegaram ao prazo limite da regra de proteção, que garante o pagamento parcial do benefício às famílias cuja renda aumentou, mas não o suficiente para sair da linha da pobreza.
Com o aumento dos rendimentos, essas casas brasileiras já não precisam mais receber o auxílio do governo federal, que teve um custo de R$ 13 bilhões no mês de julho de 2025. Caso as famílias voltem a se encaixar nos critérios do programa, elas podem se inscrever para receber o benefício novamente com prioridade.
Atualmente, o programa paga um valor mínimo de R$ 600 mensais às famílias, podendo chegar a R$ 900 por mês. Isso porque, em março de 2023, o governo aprovou pagamentos adicionais, como o pagamento extra de R$150 por criança de até 6 anos, R$ 50 por criança ou adolescente entre 7 e 18 anos incompletos e R$ 50 por gestante.
Entenda o programa
Para acessar o benefício, a família precisa ter uma renda máxima de R$ 218 por pessoa. Quando os rendimentos aumentam, mas não ultrapassam R$ 706 por pessoa por mês (meio salário mínimo), isso quer dizer que a família segue na linha da pobreza. Então, ela é incluída na regra de proteção e passa a receber metade do valor do auxílio por 12 meses.
O objetivo dessa medida é garantir que as famílias que estão conseguindo melhores condições financeiras atinjam um patamar de certa estabilidade antes de terem o benefício definitivamente cancelado. Até maio deste ano, as famílias continuavam protegidas por 24 meses, mas o governo federal reduziu o tempo de benefício. A alteração vale para quem entrou na regra de proteção a partir de junho.