Os passos da Petrobras em direção ao futuro
Companhia brasileira investe em inovação por uma transição energética justa
Nos 70 anos da maior empresa do Brasil, a Petrobras, empresa global do setor de óleo, gás e energia, também quer ajudar o país a liderar uma transição energética justa e sustentável. Durante o encontro Petrobras Conexões Para Inovação, ocorrido em dezembro, no Rio de Janeiro, centenas de participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar nos principais investimentos em pesquisa e tecnologia que a empresa tem feito para produzir com mais eficiência, descarbonizar suas operações e reduzir emissões de gases que superaquecem o planeta.
O encontro levou ao palco do auditório do Cenpes – o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello, no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão – alguns dos principais nomes do mercado ligados à inovação. A plateia viu histórias de sucesso e assistiu a palestras inspiradoras de nomes como o filósofo Leandro Karnal, a economista Amanda Graciano e o autor José Salibi Neto.
O público também relembrou a trajetória do Cenpes, criado há 60 anos – quando a companhia tinha apenas uma década de existência – para ser um polo de ciência e tecnologia que desenvolve soluções para a Petrobras e que se tornou um dos maiores complexos de pesquisa aplicada do mundo, com aproximadamente 1000 pesquisadores trabalhando em mais de uma centena de laboratórios.
Inovação na prática
O público viu na prática o que a empresa está fazendo e também o que planeja para o futuro. Spot, o robô-cachorro que está em fase de testes para realizar inspeções autônomas nas plataformas, passeava no meio dos participantes. Um painel digital demonstrou como funciona o maior projeto de captura e armazenamento de gás carbônico em águas ultraprofundas, nos campos de pré-sal, liderado pela Petrobras – a empresa separa o CO2 do gás natural, comprime e o reinjeta nos reservatórios, gerando uma produção de petróleo mais eficiente e com menos emissões de gases que agravam o efeito estufa.
Para se ter uma ideia, o projeto de CCUS – em inglês, Carbon, Capture, Utilization and Storage – da empresa representa 25% de todo o CO2 capturado e injetado mundialmente em projetos de CCUS. A companhia já reinjetou mais de 40 milhões de toneladas de CO2 em reservatórios do pré-sal, e a meta é reinjetar 80 milhões de toneladas até 2025.
Segundo Daniel Faro, Gerente Geral de Geração Renovável, “a matriz energética brasileira tem 48% de fontes renováveis, três vezes superior à média mundial. Podemos dizer que estamos pelo menos vinte anos à frente dos outros países. Nosso potencial solar e eólico é muito grande”. Ele diz que “quando falamos de descarbonização das operações, estamos falando de futuro, de um planeta para nossos filhos e netos”.
Jaime Turazzi, Gerente Geral de PD&I em Transição Energética e Sustentabilidade do Cenpes, afirma que “tornar os processos industriais mais eficientes é o nosso objetivo. Queremos uma pegada de carbono cada vez menor da nossa cadeia de óleo e gás, por isso esse esforço enorme de descarbonização das nossas operações de produção de petróleo e refino”. Ele lembra que “o novo plano estratégico para os próximos cinco anos dá um direcionamento muito grande para a transição energética justa”.
Investimento no futuro
Em seu novo plano estratégico, a Petrobras pretende investir até 2028 o total de US$ 11,5 bilhões em projetos de baixo carbono, sendo quase metade desse valor voltado para energia eólica e solar.
O programa Conexões Para Inovação é parte essencial desse plano por ser um projeto de inovação aberta, principal canal de relacionamento da empresa com o ecossistema de inovação, que tem como objetivo desbloquear o desenvolvimento de tecnologias e acelerar a produção de conhecimento. Existem, no momento, mais de 800 parcerias de inovação em andamento, com mais de 9 mil pesquisadores engajados nos projetos da Petrobras e R$ 1 bilhão em contratos assinados.“O Petrobras Conexões Para Inovação é um modelo competitivo e transparente para buscar constantemente os melhores parceiros que ajudem nossos times de inovação a encontrarem soluções tecnológicas. No portal do Conexões, estão disponíveis todas as oportunidades abertas e os desafios a serem superados por startups, institutos de ciência e tecnologia, universidades e empresas”, explica Vinicius Maia, gerente de Modelos de Negócio de Tecnologia e Conexões para Inovação.
Carlos Cunha, coordenador no Cenpes, destacou a importância do constante investimento da Petrobras em tecnologia e inovação para permitir atingir seus recordes de produção em águas profundas e destacou, ainda, o meio ambiente de inovação encontrado hoje no Brasil.
“A Petrobras sempre contou com a colaboração de fornecedores e universidades para atingir os objetivos dos seus programas tecnológicos em águas profundas. Mas hoje vemos esse ambiente de inovação ainda mais fortalecido, com uma infraestrutura laboratorial espalhada pelas universidades do Brasil inteiro e com as grandes empresas fornecedoras tendo instalado centros de pesquisa de nível mundial aqui perto mesmo, no Parque Tecnológico da UFRJ, por exemplo. Esse avanço é muito significativo”.