Vacina e Guedes garantem injeção de confiança nos mercados
Eletrobras, Embraer e aéreas fazem o Top 5 de altas no Ibovespa (0,77%).
Já falamos aqui sobre como o mercado é movido pela confiança. E hoje foi mais um daqueles dias em que todas as movimentações se deram com base na fé de que o amanhã será melhor.
Mas claro: não foi assim, de graça.
Os bons ares de hoje vieram com a notícia de que Trump deseja antecipar a aprovação da vacina de Oxford, distribuída pela AstraZeneca (+1.88%), para disponibilizá-la antes das eleições, que acontecem em novembro. Malandro ele. Donald, afinal, precisa correr atrás dos 10% dianteiros de Biden. E, pelo jeito, aposta numa entrega mais rápida da vacina para ganhar um gás na corrida eleitoral.
Não ficou nisso: a Anvisa dos EUA (FDA) aprovou neste final de semana, o uso de terapia com plasma de pacientes recuperados para tratar os adoecidos por Covid-19. Como a terapia é promissora mesmo, isso pode significar menos mortes.
Essas notícias anti-Covid deram uma lufada de confiança nos investidores. E as bolsas americanas fecharam muito bem. O Dow Jones subiu 1,35%, o S&P 500 ganhou 1,00% e o Nasdaq obteve 0,60%.
As novas perspectivas de tratamento do coronavírus refletiram por aqui também. A Embraer, que andava esquecida pelo mercado, saltou 5.52% – uma das maiores altas do dia no Ibovespa, que fechou em alta também, de 0,77% aos 102.297,95 pontos.
O motivo é simples: a fabricante de aviões tem nos EUA seus maiores clientes. A chance de uma vacina no País, aumenta – e muito – a retomada de voos regionais lá dentro. E a Embraer, como maior fornecedora de jatos regionais do mundo, deve ganhar novas encomendas quando a situação nos EUA voltar ao normal.
As companhias aéreas voaram junto. A American Airlines, a maior dos EUA, fechou em alta de 10,53%. A onda contagiou as nossas aéreas também. Para a GOL (+3.56%) e a Azul (+4.06%), afinal, qualquer notícia sobre vacina funciona como um elixir milagroso no preço das ações.
No noticiário brasileiro, a brisa de esperança veio do pacote “Big Bang”, de Paulo Guedes. O anúncio será amanhã. E deve contemplar corte de despesas, incentivos a obras públicas e privatizações. E há quem ainda espere um bônus: novas informações sobre a reforma administrativa.
Com tanta expectativa, algumas ações já estão vendo estrelas. É o caso da Eletrobrás, que cravou as duas melhores posições das altas de hoje (ELET3 +9.74% e ELET6 +8.02%), sustentadas desde sexta-feira (21), quando surgiu a notícia de uma reserva de R$ 4 bilhões no orçamento do governo 2021 para a execução do plano de venda da estatal. Para o mercado, então, a privatização da maior elétrica da América Latina deve rolar mesmo. Haja confiança.
MAIORES ALTAS
Eletrobrás (ETET3) +9.74%
Eletrobrás (ELET6) +8.02%
Embraer +5.52%
Azul +4.06%
GOL +3.56%
MAIORES BAIXAS
YDUQS −6.10%
IRB Brasil −3.41%
Cogna −2.90%
Cyrela −1.87%
WEG −1.67%
Petróleo
Brent: + 1,75%, a US$ 45,13 o barril
WTI: + 0,66% a US$ 42,62 o barril
Dólar: -0,26%, a R$ 5,59