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Nasdaq derrete. E o Ibovespa, com reforma administrativa e tudo, cai 1% na semana. Acabou a festa?

Suspeita de que o Softbank tenha inflado a Nasdaq derruba as gigantes de tecnologia. Por aqui, nem o otimismo com a reforma salvou o Ibov de uma semana em baixa.

Por Luciana Lima
Atualizado em 4 set 2020, 22h44 - Publicado em 4 set 2020, 19h05

Nos EUA, hoje foi dia de estancar sangria, com Fed, com tudo. Mas não rolou. A venda de papéis das gigantes da tecnologia continuou acelerada. Com isso, as bolsas romperam a sexta-feira com quedas expressivas de empresas como Apple, Facebook e Amazon.

O terror de que uma nova bolha da internet estava para estourar pairou no ar o dia todo. Até então, a ascensão meteórica das big techs era justificada pelo fato de que, com mais pessoas em casa, seus serviços passaram a contar com mais  demandas. Mesmo assim analistas já alertavam para a instabilidade que essa corrida por ações de um único setor poderia ocasionar. E uma hora viria uma grande realização de lucros, como aconteceu ontem.

Mas tudo piorou hoje. Os jornalões americanos Wall Street Journal e Financial Times apontaram que o mega-fundo de investimentos japonês Softbank seria a “baleia” da Nasdaq. Baleia é um jargão do setor financeiro para designar investidores endinheirados que conseguem afetar drasticamente o mercado com seus movimentos – tal qual uma orca no oceano.

O Softbank teria se tornado tal mamífero ao comprar bilhões de dólares em derivativos de ações de grandes empresas de tecnologia, sem nenhuma razão aparente. Com o movimento, estimulou o rali das big techs que assistimos nas últimas semanas. O frenesi para se desfazer desses papéis superestimados, então, levou os índices a operarem no vermelho ao longo do dia. A maioria das gigantes terminou o dia em baixa, caso da Amazon (-2,18%), do Facebook (-2,88%) e do Google (– 3,09%). Nisso, o S&P 500, fechou o dia em -0,81%, e o índice Nasdaq em -1,27%.  

Pior: na semana, a queda do Nasdaq foi de 4%. A pior desde março, o mês do crash da pandemia.

Por aqui, bolsa fechou em alta de +0.48%, a 101.202 pontos, acompanhando o céu azul e o sol forte em pleno inverno. Ao longo do dia, o Ibovespa chegou a ter uma baixa forte. Chegou a perder, de novo, os 100 mil pontos. 

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O que fez a bolsa virar o jogo aos 45 do segundo tempo foram os setores de siderurgia e mineração. Tudo por conta de um relatório do Itaú BBA que mostrou otimismo para os dois segmentos. Segundo os analistas do Itaú, o aumento de preços do aço em 8% a 10% em julho e o crescimento da demanda doméstica podem impulsionar os setores. Com isso, as siderúrgicas e mineradoras subiram em bloco: Vale se recuperou da queda de ontem e cresceu 1,97%; Usiminas, 2,50% e Gerdau, 2,79%. 

Destaque também para a Qualicorp. A administradora de planos de saúde viu seus papéis dispararem 8%, após o fundo de investimentos Pátria anunciar a compra de uma fatia de 5% do capital da companhia. 

Além disso, a proposta de reforma administrativa, apresentada ontem pelo governo, continuou emanando suas vibrações positivas, o que também ajudou o Ibovespa sextar melhor que os seus pares gringos.

With a little help from the Fed

De volta aos EUA: o responsável por deixar a coisa menos feia por lá foi o Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano. Hoje, ele voltou atrás na sua previsão pessimista e reduziu os requisitos de capital para Goldman Sachs e Morgan Stanley, depois de identificar erros nos cálculos de perdas projetadas de trading de cinco bancos.

Trocando em miúdos, o Fed concluiu que, apesar dos efeitos do coronavírus, os bancos dos EUA estão fortes o suficiente para atravessar uma depressão econômica, se for o caso. Nisso, as ações das principais instituições financeiras tiveram um salto: JP Morgan subiu subiu 2,16%; Citigroup, 1,94% e Goldman Sachs, 1,62% – tudo isso ajudou a estancar a sangria no S&P 500.

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E é isso. No fim das contas, tivemos uma semana negativa também para o S&P 500 (-2,3%) e para o Ibov (-0,9%). 

Vamos ver se o feriadão prolongado de 7 de setembro – Dia da Independência aqui e Dia do Trabalho lá – acalma os ânimos. 

Aproveita aí 🙂     

Maiores altas

Qualicorp: +7,90%

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CCR: +4.57%

Cogna: +3.79%

Braskem: +3.66%

Gerdau: +3.5%

Maiores baixas

Hering: -4.61%

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Totvs: -1.63%

BTGP: -1.55%

Marfrig: -1.18%

Eletrobras: -1.13%

Petróleo

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Brent: -3,20%

WTI: -3,87%

Dólar: +0,21%, a R$ 5,3071

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