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Mapa da mina: Como investir no Tesouro Direto

Os títulos do Tesouro Direto têm despontado como alternativas interessantes de investimento para proteger as economias pessoais da inflação. Saiba se vale a pena

Por Por Luciana Lima
Atualizado em 17 dez 2019, 15h25 - Publicado em 26 nov 2015, 06h00

SÃO PAULO – Os títulos do Tesouro Direto têm despontado como alternativas interessantes de investimento para proteger as economias pessoais da inflação.

Em novembro de 2014, segundo um levantamento conjunto de Banco Central, BM&F Bovespa, Tesouro Nacional e Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, os títulos públicos ocuparam as quatro primeiras posições no ranking de aplicações com maior rentabilidade.

A cena deve se manter em 2015, já que se trata de um investimento atrelado à taxa básica de juro (Selic). Como as previsões de mercado apontam para uma elevação dos juros, a rentabilidade do Tesouro Direto deve acompanhar a alta. “O governo vai precisar emitir esses títulos a juros maiores para continuar se financiando”, diz Francisco Carlos, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). 

Outras opções de investimento, como os fundos DI, os CDBs, e as letras de crédito imobiliário (LCI) ou do agronegócio (LCA), também são atreladas à taxa básica de juro, mas, ao contrário dos títulos do Tesouro, têm o banco como intermediário. Como consequência, suas taxas de administração chegam a 3%.

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O investimento em títulos públicos requer a abertura de uma conta em uma corretora de valores, mas as taxas de custódia são bem mais baixas, em torno de 0,3% ao ano.

Ainda assim, o fato de não serem vendidos nos bancos é um dos obstáculos à sua popularização. “Grandes bancos estão habilitados a oferecer títulos atrelados à inflação, mas não têm interesse porque o investimento no Tesouro Direto concorre com serviços deles”, afirma Samy Dana, economista da Fundação Getulio Vargas e autor do livro Em Busca do Tesouro Direto, lançado pela Editora Saraiva.

O analista de sistemas Alexandre Takinami, de 30 anos, investe nos títulos públicos desde 2007 e já conseguiu quitar metade do financiamento do carro com dinheiro ganho no investimento.

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A segurança e a praticidade desse tipo de aplicação são algumas das vantagens apontadas por ele. “Você pode fazer tudo online e pode aplicar valores baixos”, diz Alexandre. O valor mínimo de investimento é 30 reais e a compra dos títulos pode ser realizada via internet.

O analista escolhe os títulos segundo seus projetos. “Para projetos de médio prazo, eu compro títulos com vencimento daqui a dois, três anos”, diz Alexandre. “Outros eu adquiro pensando na aposentadoria, com vencimento daqui a 15 ou 20 anos.” O baixo risco desses papéis é outro diferencial. “O risco é o governo quebrar e dar calote, o que é pouco provável”, diz Samy Dana.

Para quem pensa em diversificar as aplicações, pode ser uma boa alternativa.

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Confira se os títulos públicos são a melhor opção de acordo com seus interesses

O Tesouro Direto é para quem:

• Pode esperar para sacar: O Tesouro é uma aplicação de renda fixa, com cobrança de IOF e imposto de renda. Quanto maior o prazo até o saque, menores as alíquotas cobradas. 

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• Busca rentabilidade média e segurança: Atualmente, o Tesouro é uma das opções com maior rentabilidade entre os investimentos de baixo risco. Mesmo que a Selic se mantenha em 11,75% ao ano, o investimento será mais interessante do que a poupança, que tem retorno médio de 7%, ou do que os fundos de baixo risco, com rentabilidade em torno de 8%. 

• Investe sem fazer acompanhamento diário: Os títulos públicos têm volatilidade baixa e não exigem acompanhamento intenso. Mas os prefixados, que têm parte ou a totalidade da remuneração definida no ato da compra, exigem atenção se há intenção de vendê-los antes do vencimento. Se os juros estiverem altos, a venda antecipada poderá acarretar perdas ou baixo retorno. 

• Quer boa rentabilidade investindo pouco: O valor mínimo para a aplicação é 10% do valor do título, com limite mínimo de 30 reais e máximo de 1 milhão por mês. A vantagem para quem pode investir pouco é que, diferentemente do que acontece com os fundos de investimento, quem investe 1 milhão ou 30 reais tem o mesmo percentual de retorno.

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O Tesouro Direto não é para quem

• Precisa do dinheiro no curto prazo: Para investimentos de até seis meses, o mais recomendado é a caderneta de poupança, em que não há cobrança de imposto de renda no momento do saque. Mas, no atual cenário, é um investimento com baixa rentabilidade. “Com a inflação subindo, não há ganho real para o investidor que aplica na poupança”, diz Francisco Carlos, economista e professor da Fipe.

• Busca alto retorno: Para quem procura uma rentabilidade maior, a opção são as ações, mas o risco de perder dinheiro também é mais alto. “Nós temos um dos maiores juros do mundo. Não há motivos para você arriscar seu dinheiro na bolsa se pode ter ganhos altos com mais segurança”, diz Thiago Alvarez, do site Guia Bolso.

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