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Itaú afunda e puxa o resto do Ibovespa para o buraco

Mas calma: o índice ainda está 59% acima da mínima do ano. E a Vale trouxe uma surpresa bacana.

Por Luciana Lima e Alexandre Versignassi
Atualizado em 11 ago 2020, 10h59 - Publicado em 4 ago 2020, 18h58

O slogan do “banco feito para você” não funcionou bem hoje para quem tem ações desse banco.

Depois de soltar um balanço tétrico na noite de segunda (03), o Itaú começou a terça em queda livre. E fechou o dia numa baixa de -5,83%.

A queda tragou o Ibovespa para o fundo do poço. O índice que mede a variação das ações das 70 empresas mais negociadas na B3 fechou numa baixa de 1,57%, a 101.215 pontos.  

O balanço foi duro para o Itaú. O vice-presidente executivo do banco, Milton Maluhy, classificou o segundo trimestre de 2020 como o pior da história deles, com uma diminuição de 40,2% no lucro em relação ao mesmo período do ano passado.

O resultado surpreendeu até os mais pessimistas. Caso da Morgan Stanley, que previa uma queda de “só” 30% no lucro do Itaú. E abriu uma black friday nas ações dos outros bancos. Bradesco: -2,09%, Santander: -2,80%, Banco do Brasil: -3,06%.

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A queda também acontece pelo receio com a votação no Senado, nesta quinta-feira (06), do projeto que institui um teto para os juros que os bancos podem cobrar. A proposta visa limitar as taxas em 30% ao ano – sendo que a média fica em 130% para o cheque especial e 300% no cartão de crédito rotativo. 

Mas foi isso que derrubou a bolsa, então? Mais ou menos. O fato é que o Ibovespa chegou a subir 66% entre o fundo da Depressão da Covid-19, dia 23 de março, e o pico prós-pandemia, agora há pouco, em 29 de julho. Está cheio de gente, e de fundos e de tudo o mais, que comprou na baixa. E a tentação de vender para embolsar um lucro de sessenta e tantos por cento é grande. Ainda mais que, dependendo da ação, o potencial de ganho para quem comprou na hora certa é bem maior. Só a Gol, por exemplo, subiu 328% desde o seu pior momento em 2020.

Num cenário assim, qualquer sinal vermelho gera um estouro de boiada. É o que aconteceu hoje. Haja pressão para venda.

Mas o fato é o seguinte: mesmo com o tombo desta terça, o Ibovespa segue 59% acima da mínima do ano, que foi de míseros 63.570 pontos.  

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Bom, o resultado negativo deixou novamente o Ibovespa de fora do momento bem-humorado do mercado internacional: o índice Dow Jones fechou em alta de 0,62%, o S&P 500, de 0,36% e a Nasdaq, de 0,35%. O resultado ok nos EUA foi puxado pelo desempenho positivo das empresas de energia, que lideraram as altas à medida em que o petróleo subia. O petróleo do tipo WTI (West Texas Intermediate – negociado em Nova York), fechou em uma alta de 1,41%, a US$ 41,59. 

Nisso, a Exxon bombou 2,89%, e a Shell, 3,47% – lembrando os investidores daquela época, há mais de 10 anos, em que o petróleo ameaçava chegar aos US$ 200, e a Petrobras era uma das empresas mais valiosas do planeta.

Falando na Petro, coitada: mais um dia de barril em alta e Petr4 em baixa: queda de 0.27%.

Já a outra gigante do Ibovespa, a Vale, trouxe uma surpresa positiva. O BNDES vendeu no mercado R$ 8,1 bilhões em papéis da companhia que estavam em seu poder. Natural, já que o BNDES anuncia o tempo todo que quer se desfazer de todas as ações que tem debaixo do colchão. 

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O movimento de venda, de qualquer forma, foi pesado: corresponde a 6% do valor de mercado da mineradora. E aí é oferta e demanda na veia: quando tem alguém vendendo de monte, o preço cai. É o que aconteceu ao longo do dia. Mas a Vale viu o Sol se por já recuperada do baque: subida de 0,73% – cortesia da alta do minério de ferro na China, que segue sólida: estão pagando cerca de US$ 110 a tonelada, contra US$ 90 antes da pandemia.

E foi daí que veio a maior alta desse dia de baixa. 

Maiores altas

Vale: 0,73%

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MRV Engenharia: 0,65%

Hypera Farma: 0,58%

Totvs: 0,43%

Sulamérica: 0,38%

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Maiores quedas

Itaú: -5.83%

Cogna: -5.73%

CVC Brasil: -5.25%

Cielo: -5%

Itausa: -4,58%

Ah, e o dólar deu um respiro: queda de 0,53%, a R$ 5,28. Bora pra Disney, rs.

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