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Ibovespa não pega carona com o exterior, e fecha estável

Enquanto isso, a Nasdaq dá uma de Leblon: fecha em recorde histórico, com pandemia e tudo. O dia também trouxe boas perspectivas para a indústria nacional.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 3 ago 2020, 19h03 - Publicado em 3 ago 2020, 18h27

“Também quero viajar nesse balão”, disse o Ibovespa para o mercado internacional, citando aquele hit o do Balão Mágico, lá dos anos 80. Foi quase. O índice da B3 fechou estável (baixa de 0,08%), enquanto as bolsas americanas tiveram um dia de ascenção.

O S&P 500, índice que mostra a variação nos preços das ações das 500 maiores empresas dos EUA, fechou em 0,72% positivos. O Dow Jones, da Bolsa de NY, numa alta de 0,89%.

A Nasdaq, então, entrou numa vibe Leblon. A bolsa que concentra as empresas de tecnologia acha que a vacina já saiu e que todo mundo já tomou. Depois de uma rechonchuda subida de 1,5%, fechou em recorde histórico: 10.902 pontos. 59% a mais do que chegou a estar em março. 

Na verdade, as gigantes de tecnologia não têm mesmo muito o que reclamar da pandemia. A Apple, por exemplo, fechou hoje perto de seu recorde histórico, ainda refletindo o balanço extremamente positivo divulgado na última quinta (30/07): lucro de US$ 11,25 bilhões no trimestre – 12% a mais do que os US$ 10 bilhões do mesmo período do ano passado. Motivo: as pessoas compraram mais iPhones e Macs novos para se manterem conectadas no isolamento.   

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Tudo isso no pior trimestre da história dos EUA desde a Grande Depressão (queda anualizada de 32% – nota: os EUA usam uma metodologia diferente para a divulgação dos PIBs trimestrais; pela fórmula que o resto do mundo usa, Brasil incluído, o que tivemos foi uma queda de 8% – ainda assim, a maior desde os tempos em que Charlie Chaplin lotava cinemas).  

Mas hoje foi um dia de bons horizontes para todos os setores. Começou com números animadores do PMI. Para quem não conhece, PMI é a sigla em inglês para Índice dos Gerentes de Compra, que mede o humor global dos negócios.

Trata-se de uma pesquisa com executivos de centenas empresas pelo mundo. Esse levantamento gera uma pontuação específica: se der “50 pontos”, significa que está tudo na mesma. Abaixo 50, que a economia tende para uma retração. Acima, que o movimento é de expansão. 

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Bom, saiu hoje de manhã que o PMI global da indústria subiu para 54,2 em julho, contra 52,6 em junho. A expectativa era de 53,6 pontos – ou seja: se batesse nessa projeção, já seria ok. Como superou, deu uma força para as bolsas no mundo todo. E para o petróleo. O barril do tipo Brent, negociado em Londres e que serve de referência para o resto do planeta, fechou em alta de 1,44%.    

Para o Brasil, foi melhor ainda. O PMI da indústria brasileira, apurado pelo IHS Markit, foi de 58,2 em julho, ante 51,6 em junho. 

Os números fortes da indústria, mais a alta no petróleo, fizeram o Ibovespa operar em alta no início do dia. Mas a força não se manteve – em boa parte por conta da Petrobras. O balanço fraco divulgado na última quinta, com R$ 2,71 bilhões de prejuízo no segundo trimestre, pairou sobre a demanda pelas ações da empresa. E elas fecharam num tombo de 1,71% – feio para um dia alta no barril.

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Quem se deu bem na bolsa brasileira foram as siderúrgicas, por conta dos PMIs generosos. A CSN subiu 6,77%. A Usiminas, 3,69%. Outro destaque foi a B2W, que fechou um acordo com a administradora de shoppings Ancar Ivanhoe para a integração de 1900 lojas físicas à sua plataforma de comércio eletrônico, a B2W Marketplace. 

Só falta combinar esse clima positivo com o dólar. Depois de uma sequência de baixas em julho, a moeda americana voltou a subir forte: 1,92%, a R$ 5,33. Rumo ao hexa? Esperemos que não.

E seguem as maiores altas e baixas do Ibovespa:  

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Maiores altas 

CSN: 6,77%

B2W: 5,59%

JBS: 4,08%

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BTG Pactual: 3,85% 

Usiminas: 3,69% 

Maiores baixas: 

Cogna: -4,34%

CVC: -3,84%

Pão de Açúcar: -3,36%

Raia Drogasil: -3,15%

Telefônica Brasil: -3,13% 

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