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Dancinha de Trump no TikTok dá um balde de água fria nos mercados

Decisão de banir o app chinês dos EUA fecha a semana com chave de latão

Por Alexandre Versignassi, Camila Pati
7 ago 2020, 18h56

A morte do arquiduque Francisco Ferdinando foi o estopim da Primeira Guerra Mundial. O da Terceira, pelo jeito, será o assassinato do TikTok nos EUA – exagero à parte, o fato é que o mercado não reagiu bem à coisa. 

A guerra que Trump abriu contra o app chinês jogou gasolina nas tensões geopolíticas entre os dois países, e deletou a boa notícia do dia: a queda no índice de desemprego nos EUA, de 11,1% para 10,2%.        

Nisso, os índices americanos sextaram meio que no zero. O S&P 500 fechou em -0,02%. O Dow Jones, em 0,17. Já a Nasdaq caiu para valer: -1,01. 

A semana gringa, de qualquer forma, fechou no azul. Entre segunda e sexta, o S&P 500 experimentou uma alta de 1,5%. A Nasdaq, que chegou a subir 2% nesse meio tempo, também fechou no positivo: 0,9%. 

Não foi o caso do Ibovespa. Depois de tombar 1,30% hoje, acompanhando as bolsas americanas, fechou a semana basicamente zerado: -0,13%, a 102.775 pontos. 

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TikTok

Trump deu 45 dias para que o TikTok seja banido dos EUA – caso não seja vendido a uma empresa americana nesse meio tempo. O motivo é aquele para o qual o governo americano já tinha chamado a atenção antes: a suspeita de que a rede social, conhecida, entre outras coisas, pelos vídeos de “dancinhas”, roube dados dos usuários para repassar ao Partido Comunista Chinês. O TikTok, cuja sede fica em Pequim, tem 100 milhões de usuários americanos (talvez TODOS os jovens do país).

O banimento, pelo mesmo motivo, também vale para o WeChat, um WhatsApp chinês que vem ganhando popularidade nos EUA. 

A decisão de Trump, tenha ou não base em fatos reais, não é uma boa notícia para as grandes empresas americanas. A começar pela Apple – lembre-se de que todos os iPhones e Macbooks do mundo nascem em fábricas chinesas. Tanto que a empresa da maçã caiu -2,27%. Outras gigantes também não tiveram um pregão feliz, caso de Amazon (-1,78%), Microsoft (-1,79%) e Google (-0,37%).

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Idem por aqui. Nossas fichas azuis também se deram mal. 

A Vale (-3,21%) deu uma tombada por conta da queda no minério de ferro – os preços caíram 2,1% no porto de Qingdao, na China, para R$ 118,85 a tonelada. 

A Petrobras (-1,98%) caiu junto com o petróleo. A tensão entre EUA e China jogou água nos preços. O barril do Brent caiu 1,53%, a US$ 44. O WTI, 1,74%, a US$ 41,22 o barril (by the way, se você quiser entender de uma vez por todas a diferença entre Brent e WTI, leia aqui no nosso tutorial-relâmpago). 

E o momento “desapontado, mas não surpreso” do dia ficou com as aéreas. A Gol  devolveu todo o ganho que teve ontem, caindo -5,21%. A Azul devolveu menos, mas caiu bonito também (-2%).   

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Culpa da falta de perspectivas para o setor, e do dólar (já que o querosone de aviação é cotado na moeda americana). 

Com EUA e China em pé de guerra, afinal, a moeda americana ganhou músculo – mesmo entre seus “pares”, as moedas fortes, coisa que já não acontecia há um tempinho. Ele subiu 0,77% ante ao euro, por exemplo. Em relação ao real, naturalmente, um pouco mais: 1,33%, a R$ 5,41 – e acumula uma alta de 3,7% na semana. Quem seguiu apostando no dólar, mesmo depois das baixas recentes, está liberado para fazer dancinha no TikTok 🙂

Bom fim de semana e, para quem é pai, um feliz dia no domingo!

Maiores altas

Cia Hering +7.31%

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Rumo S.A+2.46%

BRF +2.33%

Tim Participações +1.45%

Pão de Açúcar +0.92%

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Maiores baixas

CIEL3 -6.25%

BRML3 -4.24%

YDUQ3 -3.59%

MULT3 -3.43%

GOLL4 -3.39%

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