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Ikigai: Conheça o segredo japonês para uma vida longa e feliz

Qual é o seu propósito de vida? Essa filosofia japonesa, que transpassa quatro pontos centrais, pode te ajudar a responder. Confira.

Por Sofia Kercher
15 out 2024, 12h00
Ilustração de uma gueixa.
 (CSA Images/Getty Images)
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A

lgo que somos bons, algo que amamos fazer, algo que o mundo precisa e algo que nos pague um salário. Vocação, paixão, missão e profissão. Cruzando esses quatro pontos, temos Ikigai – razão para viver, do japonês.

A filosofia nasceu do outro lado do oceano, mas serve para ajudar qualquer um que esteja se sentindo um pouco perdidinho da Silva. Conectados, os japoneses acreditam que os quatro aspectos podem trazer dias mais cheios de significado, e uma vida mais longa e feliz. Dar aquele empurrãozinho na busca por propósito. 

Mas não é preciso comprar uma passagem para o Japão para começar a entender como implementar o Ikigai na sua vida. Héctor García e Francesc Miralles fizeram essa boa por nós: os pesquisadores viajaram até Okinawa para estudar hábitos que mantinham a saúde do corpo e da mente da população centenária da ilha. Assim nasce Ikigai: O segredo japonês para uma vida longa e feliz, cujo trecho você confere a seguir.

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(Arte/Reprodução)
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(Arte/Reprodução)

Pg. 84, capítulo 5: Fluir com cada tarefa

Como converter o trabalho e o tempo livre em um espaço de crescimento

FLUIR COM A EXPERIÊNCIA

Info sobre livro Ikigai.

Imagine que você está esquiando por uma de suas pistas favoritas. Em seu caminho, a neve salta no ar como areia branca e imaculada. As condições são perfeitas.

Toda a sua atenção está voltada para utilizar suas habilidades e esquiar o melhor possível. Você sabe com exatidão qual movimento fazer em cada momento. Não há passado nem futuro, apenas presente. Você sente a neve, seus esquis, seu corpo e sua consciência unidos em uma só entidade. Está imerso por completo na experiência, sem pensar nem se distrair com outra coisa. Seu ego se dilui e você se torna parte do que está fazendo.

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Esse tipo de experiência é a que Bruce Lee descreveu com sua famosa frase: “Seja água, meu amigo.” Todos nós já sentimos como a percepção do tempo se dilui quando estamos concentrados na atividade de que gostamos.

Começamos a cozinhar e, quando percebemos, várias horas se passaram. Estamos lendo um livro à tarde e nos esquecemos das preocupações da vida, até que notamos o sol se pôr e nos damos conta de que ainda não jantamos.

Surfamos e só percebemos no dia seguinte a quantidade de horas que passamos no mar, quando sentimos dores musculares.

Também pode acontecer o contrário. Estamos sem vontade de realizar um trabalho ou uma tarefa e cada minuto parece interminável conforme olhamos o relógio sem parar.

Como teria dito Einstein: “Quando um homem se senta ao lado de uma bela garota, uma hora parece durar um minuto, mas quando ele se senta em uma grelha quente por um minuto, parece que durou mais que qualquer hora. Isso é relatividade.”

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O curioso é que talvez outra pessoa possa desfrutar dessa mesma tarefa que nós desejamos terminar o quanto antes.

O que nos leva a gostar de fazer alguma coisa, a desfrutar tanto a ponto de esquecermos qualquer preocupação que tenhamos em nossas vidas? Em que momento as pessoas são mais felizes?

O PODER DO “FLOW”

Essas são as perguntas feitas por Mihaly Csikszentmihalyi, que estudou profundamente o estado em que os seres humanos entram quando estão imersos em uma atividade. Ele o chamou de estado de fluir, flow em inglês, e o definiu assim:

“O prazer, o deleite, a criatividade e o processo em que estamos totalmente imersos na vida.”

Não há nenhuma receita mágica para alcançar a felicidade, para viver o próprio ikigai, mas um dos ingredientes fundamentais é a nossa capacidade de entrar nesse estado de fluir e, por meio dele, chegar a uma “experiência ótima”.

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Para isso, devemos nos concentrar em aumentar o tempo que passamos realizando atividades que nos fazem entrar no estado de fluir, em vez de nos deixarmos levar por atividades que trazem prazer imediato, como comer em excesso, abusar de drogas e álcool ou se empanturrar de chocolate enquanto vê televisão.

Como aponta o autor de Fluir: “Fluir é o estado em que as pessoas entram quando estão imersas em uma atividade e nada mais importa. A experiência em si é tão agradável que as pessoas a continuarão fazendo, ainda que precisem sacrificar outros aspectos da vida apenas para isso.”

O Flow é o prazer, o deleite, a criatividade e o processo em que estamos totalmente imersos na vida.

E não apenas as profissões criativas, que requerem grandes doses de concentração, promovem a capacidade de fluir.

A maioria dos atletas, dos jogadores de xadrez ou dos engenheiros passa boa parte do seu tempo realizando atividades que os fazem entrar em estado de fluir.

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De acordo com os estudos de Csikszentmihalyi, quando um  jogador de xadrez entra em “fluxo”, ele sente o mesmo que um matemático tentando resolver um problema ou um cirurgião em plena operação. Esse professor de psicologia analisou dados de pessoas que viviam em diferentes culturas e lugares do mundo e descobriu que a experiência de fluir é igual para qualquer pessoa, independentemente da cultura e da idade.

Em Nova York ou em Okinawa, todos nós descrevemos os estados de fluir da mesma forma. O que acontece em nossa consciência quando estamos nesse estado?

Ao fluir, estamos concentrados em uma tarefa muito concreta sem nos distrairmos com nada. Nossa consciência está “em ordem”. O contrário acontece quando tentamos realizar uma atividade e a mente se distrai pensando em outras coisas.

Se você se distrai com frequência e se vê às voltas com perguntas pouco tempo depois de iniciar um trabalho que considera importante, há uma série de técnicas para maximizar as probabilidades de entrar em “flow”.

  1. Saber o que fazer.
  2. Saber como fazer.
  3. Saber quão bem se está fazendo.
  4. Saber aonde ir (caso haja um deslocamento).
  5. Ter desafios ambiciosos.
  6. Utilizar seus melhores recursos pessoais.
  7. Estar livre de distrações.

TÉCNICA 1 PARA FLUIR: ESCOLHER UM OBJETIVO BEM DIFÍCIL, MAS NÃO DEMAIS.

De acordo com o ponto 5 de Schaffer, trata-se de assumir uma tarefa que podemos terminar, mas que ao mesmo tempo esteja um pouco acima de nossas capacidades.

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Toda tarefa, esporte ou trabalho tem uma série de regras, e precisamos de habilidades para segui-las. Se as regras para realizar a tarefa são simples e a missão é muito fácil comparada às nossas habilidades, é muito provável que fiquemos entediados. As atividades fáceis demais levam à apatia e ao tédio.

Se, ao contrário, começarmos por algo muito difícil, não teremos conhecimento para completar a atividade e certamente a abandonaremos na primeira oportunidade. Além disso, sentiremos frustração.

O ideal é encontrar um meio-termo, algo que seja compatível com nossas habilidades, mas esteja um pouco acima delas a ponto de se tornar um desafio. É a isso que Ernest Hemingway se referiu quando disse: “Às vezes escrevo melhor do que sei.”

É esse tipo de atividade que desejamos continuar até o fim, já que sentimos prazer ao perceber que estamos nos superando.

Nesse mesmo sentido, Bertrand Russell afirmou: “Para poder se concentrar durante um longo período, é essencial ter um desafio difícil diante de si.”

Se você é designer gráfico, use um novo software em seu próximo projeto para torná-lo um desafio. Se você é programador, utilize uma nova linguagem de programação. Se você se dedica à dança, tente incorporar um novo movimento que anos antes parecia impossível.

Acrescente algo que o tire da zona de conforto!

O ideal é encontrar um meio-termo, algo que seja compatível com nossas habilidades, mas esteja um pouco acima delas a ponto de se tornar um desafio.

Um exercício simples como ler é, ainda assim, uma tarefa que requer seguir certas regras. Precisamos de uma série de habilidades e conhecimentos para continuar lendo. Se começamos um livro sobre mecânica quântica para físicos sem sermos especialistas no assunto, com certeza o largaremos depois de alguns minutos porque não entenderemos nada.

Por outro lado, se já soubermos tudo o que o livro informa, nós nos entediaremos depressa.

No entanto, se o livro se adequa aos nossos conhecimentos e habilidades e nos acrescenta novos saberes, iremos mergulhar na leitura, e o tempo passará rápido.

Ler é uma das atividades humanas durante a qual mais pessoas entram no estado de fluir todos os dias.

Fácil.  Levemente difícil. Acima de nossos conhecimentos.
Tédio. Fluir. Ansiedade.

TÉCNICA 2 PARA FLUIR: TER OBJETIVOS CONCRETOS E CLAROS

Os videogames — com moderação —, os jogos de tabuleiro e os esportes são atividades ideais para entrar em “flow”.

Porque o objetivo costuma estar muito claro: superar a si mesmo ou a um rival seguindo uma série de regras definidas de forma clara. Infelizmente, na maioria das situações reais da vida, os objetivos não estão tão claros.

De acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group, a queixa número um de funcionários de multinacionais é: “Meu chefe não comunica com clareza qual é a missão da equipe, realmente não sei quais são meus objetivos no trabalho.”

Muitas vezes o que acontece, sobretudo em grandes empresas, é que os executivos ficam obcecados em planejar, perdendo-se em detalhes e criando estratégias para enrolar sem que haja um objetivo final claro. É como sair para navegar com um mapa em um oceano sem saber para onde ir.

O diretor do MIT Media Lab, Joichi Ito, sempre diz: “É muito mais importante ter uma bússola apontada para um objetivo concreto do que um mapa.”

Tanto nas empresas quanto nas profissões criativas ou na educação é importante refletir sobre a missão que precisamos cumprir antes de começarmos a trabalhar, estudar ou “criar algo” sem rumo. Devemos nos fazer perguntas como estas:

  • Qual é o seu objetivo durante a sessão de estudo desta tarde?
  • Quantas páginas você vai escrever hoje para o artigo que será publicado no mês que vem?
  • Qual é a missão da sua equipe?
  • A que velocidade colocará o metrônomo amanhã para que, no fim de semana, consiga tocar essa sonata a ritmo de allegro?

Ter objetivos claros é importante para fluir, mas é preciso saber deixá-los de lado quando estamos em ação.

Uma vez iniciada a missão, o objetivo deve estar claro, mas não temos que ficar obcecados por ele.

Quando um esportista está competindo em uma final pela medalha de ouro, não pode parar e pensar em quanto ela é preciosa, mas sim estar presente no momento, fluir. Se ele se distrai por um instante pensando em como irá mostrar a medalha a seus pais com orgulho, certamente cometerá um erro no último momento e não ganhará a competição.

Um caso típico é o “bloqueio do escritor”. Imagine, por exemplo, que um autor precisa terminar de escrever um livro em três meses. Ele sabe muito bem seu objetivo, o problema é que não para de pensar nele.

Todo dia se levanta pensando “tenho que escrever o livro” e se põe a ler o jornal e, em seguida, limpa a casa. No meio da tarde se sente frustrado e estabelece novos planos para o dia seguinte.

Passam-se dias, semanas e meses e ele não produziu nada, enquanto deveria apenas se sentar diante de uma página em branco e escrever a primeira palavra, a segunda… Fluir com o projeto, dar vazão a seu ikigai.

Ter objetivos claros é importante para fluir, mas é preciso saber deixá-los de lado quando estamos em ação.

Se fizer isso, a ansiedade desaparecerá e você fluirá com prazer diante da atividade. Voltando a Albert Einstein, “uma pessoa feliz está satisfeita demais com o presente para pensar no futuro”.

Objetivos difusos. Objetivos bem definidos, atenção ao processo. Obsessão em conseguir algo sem se concentrar no processo.
Confusão, energia

e tempo perdidos

em tarefas

cotidianas

Fluir. Fixação nos

objetivos em vez de

se voltar para o

processo

Bloqueio mental. Fluir. Bloqueio mental.

TÉCNICA 3 PARA FLUIR: CONCENTRAÇÃO EM APENAS UMA TAREFA

Esse talvez seja um dos maiores obstáculos que enfrentamos hoje em dia, com tanta tecnologia e distrações ao nosso redor.

Escutamos um vídeo no YouTube enquanto escrevemos um e-mail e, quando uma janela de chat surge em nossa tela, respondemos. De repente, o smartphone vibra no bolso e, ao voltar à tela do computador depois de responder à mensagem no celular, abrimos o Facebook.

Depois de meia hora, esquecemos que estávamos escrevendo um e-mail.

Também acontece de jantarmos enquanto assistimos a um filme e só percebemos o quanto o salmão está delicioso na última garfada.

Com frequência, pensamos que iremos ganhar tempo combinando várias tarefas, mas as evidências científicas indicam o contrário. Até as pessoas que dizem ser boas trabalhando em “multitarefas” são pouco produtivas. Na verdade, costumam ser as menos produtivas.

Nosso cérebro é capaz de filtrar milhões de bits de informação, mas só pode processar em série algumas dezenas por segundo. Quando dizemos que estamos fazendo múltiplas tarefas, na verdade o que estamos fazendo é mudar de uma tarefa para a outra depressa. Infelizmente, não somos um computador que pode trabalhar com vários processos ao mesmo tempo. Gastamos toda a nossa energia pulando de tarefa em tarefa em vez de nos concentrarmos em fazer bem uma delas.

Concentrar-se em apenas uma atividade é talvez a condição mais importante para fluir.

Segundo Csikszentmihalyi, para estar concentrado em uma atividade é necessário:

  1. Encontrar-se em um ambiente sem distrações.
  2. Ter controle sobre o que se está fazendo durante todo o tempo.

As novas tecnologias só são boas se tivermos controle sobre elas. Deixam de ser boas e passam a nos controlar.

Por exemplo, se você precisa escrever um artigo acadêmico, pode fazê-lo diante do computador, pesquisando no Google toda vez que necessitar de algum tipo de informação.

Porém, se você não for muito disciplinado, talvez acabe navegando por outros sites em vez de escrever o artigo.

O Google e a internet tomaram conta da sua mente e o impediram de fluir.

Está comprovado cientificamente que, se o cérebro está sempre mudando de tarefas, perde tempo, aumenta o número de erros e torna a retenção de memória pior.

Um estudo realizado pela Universidade de Stanford nos Estados Unidos afirma que atualmente sofremos de uma epidemia da multitarefa. Para demonstrar os efeitos nocivos dessa epidemia, analisou-se o comportamento de centenas de alunos enquanto estudavam, para, em seguida, dividi-los em grupos de acordo com a quantidade de coisas que costumavam fazer simultaneamente.

Os estudantes mais viciados em multitarefa normalmente fazem mais de quatro coisas ao mesmo tempo. Por exemplo: escrevem anotações enquanto leem um livro, escutam um podcast, respondem a mensagens no celular de vez em quando e veem o Twitter.

Depois de divididos em diferentes grupos, todos foram

colocados diante de telas com várias flechas vermelhas e azuis. O objetivo do exercício era contar o número de flechas vermelhas.

A princípio todos acertaram em pouco tempo e sem dificuldade, mas conforme o número de flechas azuis aumentava (flechas vermelhas não foram acrescentadas, elas apenas mudaram de posição), os estudantes acostumados a multitarefas tiveram sérias dificuldades em contar as flechas vermelhas no tempo determinado. Não conseguiam contá-las tão depressa quanto os estudantes não habituados a multitarefas por uma razão muito simples: eles se distraíam olhando as flechas azuis!

Seus cérebros estavam treinados para responder a qualquer tipo de estímulo, ainda que não fosse importante, enquanto os dos outros estudantes estavam treinados para se concentrar em uma única tarefa, nesse caso, contar as flechas vermelhas ignorando as azuis.

Outros estudos indicam que trabalhar em várias atividades ao mesmo tempo diminui nossa produtividade em ao menos 60% e que nosso coeficiente intelectual diminui mais de dez pontos.

Uma pesquisa feita na Inglaterra com mais de três mil adolescentes viciadas em seus smartphones concluiu que elas dormiam menos horas, sentiam-se menos integradas no colégio e eram mais propensas a ter sintomas de depressão.

CONCENTRADO EM APENAS

UMA TAREFA

MULTITAREFA
Aumenta a probabilidade de fluir. Impossível fluir.
Aumenta a produtividade. Diminui a produtividade

(60%), ainda que não pareça.

Aumenta a capacidade de retenção Reduz a capacidade de retenção
Reduz probabilidade de equívocos. Aumenta a probabilidade de equívocos.
Controle sobre a única atividade a que estamos prestando atenção. Calma. Causa estresse porque gera a sensação de perda de controle. A multiplicidade de tarefas nos controla.
A pessoa fica mais atenta ao prestar atenção aos demais. Danifica o seu entorno por estar “viciado” em se manter sempre atento a qualquer

estímulo: olhando mensagens no celular e verificando as redes sociais, por exemplo.

Aumenta a criatividade.  Reduz a criatividade.

O que podemos fazer para não nos tornarmos parte da epidemia que nos impede de fluir? Como podemos treinar nosso cérebro para se concentrar em apenas uma tarefa?

Confira uma série de ideias para definir seu próprio espaço e tempo sem distrações, aumentando a probabilidade de fluir:

  • Não olhar nenhuma tela durante a primeira nem durante a última hora do dia.
  • Desligar o celular antes de entrar em “flow”. Sua atividade é a coisa mais importante do mundo durante o tempo que você reservou para ela. Se for muito difícil, ative o modo noturno, de maneira que apenas as pessoas mais próximas possam entrar em contato em caso de emergência.
  • Um dia por semana, fazer jejum de dispositivos eletrônicos. Por exemplo, no sábado ou no domingo, abrindo exceção apenas para o e-reader e o equipamento de música.
  • Ir a um café sem wi-fi.
  • Ler e responder e-mails apenas uma ou duas vezes por dia. Definir esses momentos e cumprir a regra criada.
  • Técnica pomodoro. Ponha um cronômetro de cozinha ao seu lado (alguns têm formato de tomate, por isso o nome da técnica) e se comprometa a trabalhar em apenas uma tarefa durante esse tempo. A técnica pomodoro recomenda 25 minutos de trabalho e cinco minutos de descanso para cada ciclo, ainda que também possam ser cinquenta minutos de trabalho e dez de descanso. Adapte os tempos ao seu próprio ritmo; o importante é cumprir cada ciclo à risca.
  • Inicie sua missão com um ritual que lhe agrade e termine-a com uma recompensa.
  • Treine sua consciência para voltar ao presente quando perceber que se distraiu. Pratique mindfulness e meditação, caminhe, nade ou faça qualquer atividade que o ajude a se concentrar.
  • Trabalhe em um ambiente sem pessoas para interrompê-lo. Se não puder ser em seu espaço habitual, vá a uma biblioteca, a um café, a um estúdio para tocar um instrumento… Se perceber que há distrações ao seu redor, mude até encontrar o lugar ideal.
  • Divida cada atividade em grupos de tarefas relacionadas e dedique a cada um deles lugares e tempos diferentes. Por exemplo, para escrever um artigo para uma revista, você pode pesquisar e tomar notas pela manhã em casa, escrever à tarde em uma biblioteca e editar à noite no sofá.
  • Reúna tarefas cotidianas que você possa terminar até determinada hora do dia. Por exemplo, enviar faturas, fazer uma ligação telefônica etc.
VANTAGENS DE FLUIR DESVANTAGENS DA DISPERSÃO
Mente concentrada.  Mente vagante. 
Só existe o presente. Pensamos no passado e no futuro.
Nada nos preocupa. Preocupações da nossa vida cotidiana e pessoas do nosso entorno invadem nossa consciência.
Sentimento de controle.  Perda do controle. Não conseguimos completar a tarefa, ou outras ocupações/ pessoas não nos deixam trabalhar em liberdade.
Alto nível de preparação.  Atua sem estar preparado. 
Sabemos o que precisamos fazer em cada momento. Nós nos atrapalhamos de forma contínua e não sabemos como seguir.
Mente clara que elimina qualquer obstáculo no fluxo do pensamento. Preocupações, dúvidas constantes, baixa autoestima.
Prazeroso. Chato e angustiante. 
Ambiente livre de distrações.  Ambiente cheio de distrações: internet, televisão, celular, pessoas ao redor.
O ego se dissolve. Não somos nós que controlamos a tarefa em que estamos imersos, é a tarefa que nos pega pela mão e nos guia. Autocrítica contínua. Ego presente e sentimento de frustração.

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