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Renato Bernhoeft

Por Carreira
Fundador e presidente do conselho de sócios da Höft Consultoria autor de 16 livros na área de empresa familiar e qualidade de vida
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Autodesenvolvimento exige reinvenção permanente

O autodesenvolvimento é uma responsabilidade indelegável. Não apenas pelas mudanças que vêm ocorrendo

Por Renato Bernhoeft
Atualizado em 27 dez 2019, 09h57 - Publicado em 19 dez 2019, 11h57
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 (foto/Getty Images)
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O significativo aumento de eventos, palestras, seminários, artigos, livros, programas de televisão e tantas outras formas de abordagem de temas, como inteligência artificial, impactos da tecnologia, robótica e a interação entre as máquinas e o ser humano, merece prioritária atenção de todos nós.

Vale registrar de que a informação – pela sua importância e influência, tanto no uso como no manuseio – já está sendo considerada como um recurso equivalente ao valor que o petróleo representou no século passado. Ou seja, para alguns estudiosos e pesquisadores, é considerada o petróleo do século XXI.

Em eventos recentes sobre esses temas, já fui surpreendido por declarações de profissionais do universo tecnológico, de que estamos tendo que conviver não apenas com a invasão de privacidade. A novidade é que já invadiram também nossa intimidade.

Segundo o escritor e pesquisador Yuval Noah Harari, em seu terceiro livro, “21 lições para o século 21” – os anteriores são “Sapiens” e “Homo Deus” –  “a tecnologia não é uma coisa ruim. Se você souber o que deseja na vida, ela pode ajudá-lo a conseguir. Mas se você não sabe, será muito fácil para a tecnologia moldar por você seus objetivos e assumir o controle de sua vida. Você já viu esses zumbis que vagueiam pela ruas com o rosto grudado em seus smartphones? Você acha que eles estão controlando a tecnologia ou é a tecnologia que os está controlando?”

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O que todas essas mudanças e informações provocam é a necessidade de cada vez mais o ser humano, na sua individualidade, se apropriar do seu processo educativo para a vida de uma forma ampla e permanente.

É claro que a educação continua sendo responsabilidade da família, de escolas, da sociedade, do governo. Mas não podemos mais delegar, unicamente, à essas instituições o compromisso da educação das pessoas.

O autodesenvolvimento é uma responsabilidade indelegável. Não apenas pelas mudanças que vêm ocorrendo. Mas, acima de tudo, porque também a própria existência é, por si só, um processo de mutação permanente. Já não existem receitas, modelos ou soluções permanentes.    

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Voltando ao autor antes mencionado, ele diz que “por milhares de anos, filósofos e profetas instaram as pessoas a conhecerem a si mesmas. Mas esse conselho nunca foi mais urgente do que no século XXI”.

Essas recomendações se tornam mais atuais ainda pelo amplo avanço e disponibilidade dos recursos tecnológicos, especialmente oriundos da inteligência artificial. E também os riscos de invasão de intimidade e geração de modelos sem uma verdadeira autenticidade.

Segundo Yuval Noah Harari, “estamos vivendo uma era do hackeamento de humanos”.

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É ainda mais contundente quando afirma que “vamos precisar conhecer nossas próprias mentes muito bem para não sermos manipulados pelas empresas e governos que tentam, constantemente, nos hackear. Vamos precisar nos reinventar indefinidamente ao longo de nossas vidas.”

Em outras palavras, o “curriculum” da sua vida, no sentido pleno, deve ser construído por você mesmo. Nenhuma instituição ou hacker fará isso por você.

As instituições e recursos disponíveis podem fornecer provocações, informações, insights e metodologias.

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Nessa linha, ouvi recentemente uma apresentação da Universidade da Pessoa, que me chamou a atenção, afirmando que “o seu desenvolvimento ocorre de dentro para fora”. 

Assuma que manter-se em dia com você e o mundo é responsabilidade de cada um de nós. E mantenha-se curioso, formulando questionamentos permanentes. 

Autodesenvolvimento exige reinvenção permanente

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