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Qual título IPCA+ é melhor? O que paga juros semestrais ou o que não paga?

O que não paga. Entenda o porquê.

Por Alexandre Versignassi
12 ago 2022, 05h58

Não tem comparação: o bom é o que “não paga”. Coloquei entre aspas aqui porque pagar ele paga também, lógico, mas os nomes enganam quem não está habituado ao léxico dos títulos públicos. Vá ao site do Tesouro Direto, e você vai encontrar, lá no meio, os “títulos de inflação”. Eles pagam a variação do IPCA mais um juro anual extra, e carregam essa propriedade no nome, já que se chamam “IPCA+”.

E eles têm sobrenomes também. O primeiro é o ano de “vencimento”. Então tem o IPCA+2026, o IPCA+2035, o IPCA+2045… Depois vem a taxa de juros, aquela que cada um paga além da inflação. Tipo: “IPCA+2035 6,24%”. E o que rola é o seguinte: você coloca o dinheiro lá e, em maio de 2035, recebe a grana de volta corrigida pela inflação do período mais o equivalente a 6,24% para cada um dos 13 anos em que o dinheiro ficou ali. 13 vezes 6,24% dá 81%. Mas o seu rendimento será maior, graças à magia dos juros compostos – o lance dos juros sobre juros. No fim das contas, o rendimento além da inflação será de 119%. Uma bica.

Mas isso só acontece com os títulos IPCA+ “normais”. Os não-normais, digamos assim, aparecem no site do Tesouro acompanhados do termo “com juros semestrais”. E o que eles fazem é pagar uma parte dos juros e da correção monetária a cada seis meses. São os chamados “cupons semestrais” – rendimentos que caem direito na sua conta, duas vezes por ano.

Legal, né? Não, não é tão legal. Porque isso mata o esquema de juros sobre juros. Não vai rolar a mágica dos 81% se transformarem em 119%. Você ganha menos no final. Ponto.

O único jeito de embolsar juros compostos nessa modalidade do IPCA+ é reinvestir a grana dos cupons no mesmo título – ou em qualquer outra aplicação que renda juros. Mas para quê se dar esse trabalho se o IPCA+ normal já garante juros compostos de cara?

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