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Como saber a hora certa de vender uma ação?

Depende. Warren Buffett, por exemplo, diz que a hora certa é “nunca”. Entenda.

Por Alexandre Versignassi
11 fev 2022, 06h30

Se você tivesse colocado R$ 10 mil numa ação tal em 2008, hoje estaria com R$ 300 mil… Ou não. Como definiu perfeitamente o Faria Lima Elevator no Twitter: “Esquece. Você teria vendido bem antes.”

O fato é que não existe “hora certa”. Warren Buffett costuma dizer que o melhor momento para vender os papéis de uma ótima empresa é “nunca”. “O certo é comprar ações que você jamais queira vender”, prega o mestre dos magos do mercado (mais sobre ele aqui).

Mas não é o que as pessoas comuns praticam. Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a média dos investidores americanos gira 75% do portfólio de ações a cada ano. Os mais agressivos, 250% – ou seja, trocavam todas mais de uma vez a cada 12 meses. Nada indica que seja diferente no Brasil: humanos, afinal, são sempre humanos – seres ansiosos. Morem onde morar.

Nisso, a grande maioria não consegue obter nem o ganho médio do mercado (o do Ibovespa, no caso da bolsa brasileira). Que dirá surfar em ações que rendam um abuso no longo prazo. Quem colocou R$ 10 mil em WEG, uma das empresas mais sólidas do país, em 2008, e casou com as ações de papel passado, se viu de fato com R$ 300 mil no último pico desses papéis, em janeiro de 2021. Elas tinham subido 3.000%, de R$ 1,48 para R$ 46*.

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Mas não foi uma jornada suave. Nunca é. Em julho de 2015, a ação da WEG já estava a R$ 7,67. Opa! 400% de alta. Os R$ 10 mil já tinham virado R$ 50 mil. Atire a primeira pedra se você não ficaria tentado a sacar… Sete meses depois, porém, ela foi a R$ 4,94. Os R$ 50 mil tinham derretido para R$ 32,5 mil. Aí que a ânsia de sacar aumenta de vez. Melhor um passarinho na mão do que dois voando… 

E a montanha-russa seguiu pelos anos seguintes, fazendo muita gente vender uma ação que se tornaria a mais rentável da década passada. O ímpeto de vender logo para garantir algum lucro ou, mais comum, para estancar perdas que começam a doer no peito é irresistível como o canto de uma sereia. Poucos sabem tapar os ouvidos para a melodia. Buffett, naturalmente, é um desses poucos.

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(Arte/VOCÊ S/A)
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