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Afinal, posso usar cropped para o trabalho ou não?

Nietzsche dizia que não existem fatos, apenas interpretações. No século XIX, a moda das mini-blusinhas ainda não tinha pegado – mas a lição do niilista vale independente.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 21 ago 2024, 17h09 - Publicado em 21 ago 2024, 17h00
Ilustração de um corpo usando chapéu, cropped, pochete de uma bermuda.
 (CSA Images/VOCÊ S/A)
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ontrariando o óbvio, menos tecido não iguala menos complexidade. A categoria de blusinhas curtas é uma das mais heterogêneas do mundo da moda – portanto, responder a essa pergunta cravando sim ou não vai variar de caso a caso, trabalho a trabalho, cropped a cropped. Interpretação, como bem disse o filósofo. 

Fato é que, nos últimos anos, o mundo corporativo tem trilhado um caminho mais permissivo. As barreiras do dresscode foram flexibilizadas – assim como a maior parte das coisas que rolam das 9h às 18h. Isso é comprovado pelo surgimento de fenômenos como a Casual Friday (sextas em que o funcionário pode usar roupas mais informais), por exemplo.

Ok, sabemos. Essa relativização, apesar de verídica, não ajuda em nada. Joice Rossi ao resgate: a especialista em comunicação corporativa e personal stylist traz algumas considerações antes de você escolher o lookinho pré-expediente.

Para a profissional, o segredo está numa velha máxima da moda: a roupa comunica. Mesmo que sua escolha seja não comunicar nada, essa comunicação inevitavelmente acontece. É melhor você assumir o protagonismo da narrativa do que ficar à mercê das percepções alheias – muitas vezes equivocadas. Sem dar sorte para o azar.

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E o que um cropped comunica? Segundo a especialista, há dois lados da moeda. A peça pode transmitir modernidade, e dar um ar descolado a quem o usa. Ao mesmo tempo, cropped, em inglês, vem de “recortado”. Uma peça ganha esse nome (e não camiseta, regata, camisa) porque, literalmente, encurtaram seu comprimento. Isso pode adicionar um grau de sensualidade ao conjunto da obra, diz Rossi.

O segredo está numa velha máxima da moda: a roupa comunica.

Para a primeira parcela da história, basta encontrar combinações adequadas. “Uma calça de cintura alta, um blazer, até um cropped menos decotado já fazem esse serviço”, aconselha a especialista. Na dúvida, sempre existem almas abençoadas que compilaram alguns looks de inspiração (como esta página no Pinterest, por exemplo). 

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Mas não precisa se amedrontar e abolir as blusinhas de vez do seu vestuário corporativo. A roupa é uma poderosa ferramenta para você se destacar em um ambiente que, via de regra, é bastante pasteurizado. Aproveite a oportunidade para exercer o músculo criativo, encontrando peças que ressaltam sua personalidade sem te comprometer na firma. 

“É importante a pessoa se conhecer e entender como ela quer ser percebida, o que é pedido pra ela nessa posição está ocupando, e onde ela quer chegar na empresa”, finaliza a especialista. Se isso envolve um croppedzinho, ótimo. Senão, sem problemas: o choro é livre e o dresscode, cada vez mais, também. 

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