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Dani Almeida

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Especialista em comunicação e fundadora da agência Rugido Digital.

Como a neurociência pode ajudar sua comunicação no digital

Captar a atenção nos primeiros 3 segundos, usar um design estratégico, fazer storytelling e explorar gatilhos de dopamina aumentam o engajamento da mensagem

Por Dani Almeida
2 jul 2025, 17h00
Dedo aponta para tela tecnológica
 (Getty/Você S/A)
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Por que alguns conteúdos prendem nossa atenção enquanto outros passam despercebidos? Sim, antes mesmo de você terminar essa frase, seu cérebro já processou se vale a pena continuar lendo ou não. Isso acontece porque o cérebro humano tem um mecanismo de filtragem poderoso: ele decide em milissegundos o que merece atenção e o que pode ser ignorado. 

No digital, em que somos bombardeados por informações, entender como o cérebro processa mensagens pode ser a chave para fortalecer sua reputação e até mesmo conquistar engajamento. 

A neurociência nos ensina que comunicar bem não diz respeito só sobre o que você diz, mas sobre como seu público recebe essa informação. O que isso significa? Que, se você souber ativar os gatilhos certos, pode capturar a atenção das pessoas e aumentar significativamente sua influência.

A batalha pelos 3 primeiros segundos

Você sabia que o tempo médio de atenção de um usuário na internet é menor que o de um peixe-dourado? Estudos mostram que temos apenas 3 segundos para prender a atenção antes que a pessoa deslize o dedo para o próximo post ou feche a aba.

O sistema límbico – a parte do cérebro responsável por emoções e instintos – age como um “guardião da atenção”. Se algo parecer relevante, surpreendente ou emocionalmente impactante, ele sinaliza para o neocórtex (responsável pelo pensamento racional) que vale a pena continuar lendo.

Como capturar essa atenção vapt-vupt, então? Use ganchos fortes no início das suas postagens e vídeos. Por exemplo: “Dicas para melhorar sua comunicação digital” é genérico e fácil de ignorar. Já “Seu cérebro decide em 3 segundos se vai prestar atenção em um post – aprenda a usar isso a seu favor!” é específico e gera valor para a sua audiência.

Imagens e vídeos que geram contraste (cores vibrantes, rostos expressivos e movimento) capturam mais atenção. E é o que vamos ver a seguir.

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Neurodesign: como o cérebro processa imagens e cores

No digital, a primeira impressão é visual. O cérebro processa imagens 60 mil vezes mais rápido do que texto, então a escolha da identidade visual do seu conteúdo impacta diretamente o engajamento.

Mas atenção: design não é enfeite. O excesso de elementos gráficos, cores vibrantes sem propósito ou textos poluídos pode sobrecarregar o cérebro, gerando cansaço visual e afastando o público.

A amígdala cerebral responde rapidamente a cores e contrastes, ajudando a decidir se vale a pena continuar olhando ou não. Mas, quando há informação demais competindo pela atenção, o efeito é o oposto: o cérebro ignora o conteúdo para se proteger da sobrecarga.

Use contrastes visuais estrategicamente. Cores quentes para CTAs, fundo escuro para destacar texto claro, e espaçamento adequado para guiar o olhar.

Destaque palavras-chave em negrito. Facilita a leitura rápida e mantém a mensagem objetiva.

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Evite transformar seu feed em um panfleto digital. Postagens lotadas de promoções, excesso de textos na arte e linguagem de venda direta geram rejeição. O público quer valor, não apenas anúncios.

A chave para um design eficiente é encontrar o equilíbrio: um conteúdo visualmente atrativo, mas sem excessos, que conduza a atenção do público e reforce a mensagem, sem gritar por atenção.

A amígdala cerebral responde rapidamente a cores e contrastes, ajudando a decidir se vale a pena continuar olhando ou não. Mas, quando há informação demais competindo pela atenção, o efeito é o oposto: o cérebro ignora o conteúdo para se proteger da sobrecarga.

Como as cores influenciam emoções e decisões

As cores que você escolhe em sua comunicação digital podem ter um impacto profundo na forma como sua mensagem é recebida. A psicologia das cores estuda como diferentes tonalidades afetam nossas emoções e comportamentos.

Cores diferentes podem evocar respostas emocionais distintas. Por exemplo:

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  • Vermelho: chama a atenção, traz ousadia e poder. Em excesso, pode estimular a insensibilidade e até a violência.
  • Laranja: deixa as pessoas mais confiantes, estimula a criatividade e a comunicação.
  • Azul claro: relaxa e acalma, mas, em exagero, pode causar sonolência.
  • Roxo: estimula a musicalidade, as artes e é associada a ideias nobres.
  • Branco: realça todas as demais cores.
  • Preto: é imponente quando usado com outras cores, mas sozinho traz preponderância, insensibilidade.
  • Verde: é a cor do equilíbrio, ajuda a reduzir a tensão e o estresse.
  • Amarelo: ativa a mente, deixa as pessoas mais alertas. Mas o amarelo escuro, em exagero, pode causar pessimismo e negatividade.

Essas associações não são universais, mas refletem tendências observadas em estudos de psicologia das cores. 

Se você deseja transmitir calma e confiança, tons de azul podem ser apropriados. Para urgência ou excitação, o vermelho pode ser mais eficaz. Mantenha uma paleta de cores consistente em toda a sua comunicação para reforçar a identidade da marca.

Seu cérebro ama histórias: o poder do storytelling

Pense em um comercial que te marcou. Aposto que foi porque ele contava uma boa história. Isso não é coincidência: pesquisas em neurociência mostram que histórias ativam diversas áreas do cérebro ao mesmo tempo, criando uma conexão emocional e tornando a mensagem mais memorável.

Ao ouvir uma história envolvente, nosso cérebro libera oxitocina, um hormônio que fortalece conexões emocionais. Isso nos faz lembrar melhor da mensagem e aumentar nosso engajamento com ela.

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Em vez de falar apenas sobre dados e fatos, conecte sua mensagem a uma história real ou um exemplo prático.

Use o método HERÓI – DESAFIO – TRANSFORMAÇÃO para estruturar seu conteúdo:

Apresente um problema (Herói enfrenta um desafio).

Mostre a solução (Como ele superou o desafio).

Conclua com um aprendizado aplicável ao leitor.

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Em vez de apenas listar “Dicas para networking”, por exemplo, conte a história de alguém que aplicou essas dicas e transformou sua carreira.

Dopamina: o gatilho cerebral para engajamento

Você já percebeu que não consegue parar de rolar o feed das redes sociais? Isso acontece porque as plataformas usam gatilhos de dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer e recompensa.

Quando encontramos algo inesperado e interessante, nosso cérebro libera dopamina, nos motivando a continuar buscando mais daquele estímulo. É por isso que ficamos presos em ciclos de consumo de conteúdo.

Ao ouvir uma história envolvente, nosso cérebro libera oxitocina, um hormônio que fortalece conexões emocionais. Isso nos faz lembrar melhor da mensagem e aumentar nosso engajamento com ela.

Use o princípio da recompensa variável. Postagens que começam com perguntas intrigantes fazem o leitor querer descobrir a resposta. “Qual o erro que 90% dos profissionais cometem ao se comunicar no digital?” (A pessoa sente necessidade de saber.)

Formatos interativos como enquetes, quizzes e carrosséis aumentam a liberação de dopamina e mantêm o público engajado.

Um resumo para usar a neurociência no digital

Se você quer melhorar sua comunicação no digital, não basta apenas produzir mais conteúdo. É preciso entender como o cérebro humano funciona para criar mensagens que sejam absorvidas e lembradas. 

Aqui vai um checklist final para aplicar a neurociência na sua comunicação:

  • Gancho forte nos primeiros 3 segundos para capturar atenção.
  • Storytelling emocional para ativar memória e conexão.
  • Gatilhos de dopamina para manter o engajamento do público.
  • Design estratégico que guia o olhar e facilita a leitura.

No digital, não basta apenas transmitir uma mensagem – é preciso garantir que ela seja sentida, absorvida e lembrada. A neurociência nos mostra que a comunicação eficaz não depende só de boas ideias, mas da forma como elas são apresentadas.

Desde o impacto dos primeiros três segundos até a escolha estratégica de cores, imagens e palavras, cada detalhe pode fazer a diferença entre uma mensagem que passa despercebida e uma que cria conexões genuínas. 

Em um mundo no qual a atenção é o recurso mais escasso, quem compreende o funcionamento do cérebro tem uma vantagem poderosa: consegue transformar informação em influência.

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