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Clara Cecchini

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Especialista em aprendizagem organizacional e inovação, e fundadora do Centro Brasileiro de Design de Aprendizagem.

Está sem tempo? Roubar o dos outros não vai ajudar

Em tempos de burnout, é fundamental avaliarmos o quanto somos pautados pelas demandas externas. Mas a disposição para cooperar é uma das características mais importantes dos profissionais

Por Clara Cecchini
23 nov 2025, 08h00
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 (Paul Taylor/Getty Images)
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Acho que este será um texto impopular. Porque vai na contramão do senso comum sobre “priorizar-se”. Mas fique comigo até o fim que, prometo, há surpresas neste enredo.  

Eu fico espantada com como o discurso do individualismo extremo é incentivado no universo profissional. Basta dar uma passeada pelo LinkedIn para ver frases como: “só entrega resultados quem não se deixa levar pelas prioridades dos outros”; “foque em você, aprenda a dizer não”; “estabeleça limites e não abra mão deles”. 

Tudo bem, em tempos de sobrecarga e burnout, é fundamental avaliarmos com cuidado o quanto somos pautados pelas demandas externas. Mas a disposição para cooperar é uma das características mais importantes dos profissionais, porque, nessa transformação radical que estamos vivendo, as soluções não vão obedecer aos limites isolados dos organogramas. Cooperar é preciso, e não apenas colaborar. Contribuir para algo em que você não esteja necessariamente envolvido na entrega é sinal de profissionalismo. Quem só se preocupa com “o seu” diminui o próprio impacto.

Cooperar está lá no extremo positivo. No outro extremo está a nossa capacidade de atrapalhar – na melhor das hipóteses, sem consciência. E como muito se fala sobre não se deixar atrapalhar pelos outros, mas quase nada se diz sobre não atrapalhar os outros, vão aqui alguns alertas.

Reuniões não precisam de espectadores. Com a facilidade das reuniões online, isso se tornou um hábito: “chama todo mundo ‘pra garantir’ que a pessoa vai estar lá caso alguém faça uma pergunta”. É um reflexo de uma liderança insegura, que não compartilha com clareza o ponto em discussão, as expectativas e a evolução do processo. O “pra garantir” de uma pessoa pode ser uma agenda sobrecarregada para outra – em especial se houver uma relação de hierarquia ou de cliente-fornecedor. Convido a pensar nisso, em especial se você for cliente ou chefe. 😉

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Lado a lado a essa “captura do tempo alheio”, tem um outro que não precisa de hierarquia, pois floresce na relação entre pares: chegar totalmente despreparado para uma reunião. É uma reunião de cocriação? Pesquise, aqueça antes. É uma reunião de acompanhamento? Entre com seus registros abertos. É um tema em que você está perdido? Organize suas dúvidas.

Como terceiro “ladrãozinho de tempo” altamente petulante, apresento o hábito de não cumprir prazos. Ele geralmente se manifesta nas pequenas coisas e não no palco principal da entrega final. É aquele “até terça te envio a minha revisão” e nada; “hoje ainda pela manhã te devolvo com a minha parte”, e nada; “já estou te mandando por email”, e nada. Não combine prazos no trabalho como quem diz “passa lá em casa”. Não é a mesma coisa.

E o último, acho que de todos é o mais popular. O hábito de simplesmente não responder. Não estou falando de não responder instantaneamente. Não estou falando de não responder um assunto aleatório. Estou falando de não responder em meio a um processo de trabalho com outras pessoas, quando o projeto já está fluindo e depende de você. Veja como isso “rouba” tempo: você vira uma pendência no check list de atividades; um fator de stress emocional do tipo“preciso cobrar sem pressionar”, “vou mandar mensagem no privado”; e, claro, todas as consequências que a falta da resposta em si pode gerar. 

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E aí que vem o plot twist: zelar por atitudes cooperativas e respeitosas vai ser melhor para… você! Primeiro, porque seu próprio trabalho vai render mais. E não menos importante: com consistência, você constrói a sua reputação de profissionalismo e ganha confiança. 

Há uns 10 anos, quando eu estava deixando de atuar dentro das organizações, tinha receio de não ter trabalho como profissional independente, como consultora especializada. Um amigo, que contratava muitos consultores, me disse: faça o que promete e você sempre terá trabalho. Ele estava certo. Ter excelência nas entregas e trabalhar o marketing pessoal ajudam. Mas o que sustenta as parcerias, dentro e fora das organizações, é o profissionalismo. Por isso, o cuidado de não “roubar” o tempo dos outros e cooperar é tão importante.

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