Matéria originalmente publicada na Revista VOCÊ S/A, edição 266, em 17 de julho de 2020.
Até o início da pandemia do coronavírus, a Roboris, empresa de automação industrial com sede em São Paulo, não havia realizado sequer um projeto na área de saúde. Entretanto, ante a previsão dramática de falta de respiradores e leitos de UTI para o tratamento de pacientes com covid-19, o engenheiro de computação Guilherme Thiago de Souza, de 33 anos, fundador da empresa, criou um projeto para auxiliar no combate à doença. “Resolvi utilizar o conhecimento que possuía e devolver algo para a sociedade.”
Guilherme, então, passou a estudar os processos de respiração mecânica e a conversar com médicos de instituições de saúde, como o Instituto do Coração (Incor). “Cheguei à conclusão de que a melhor solução seria a bolha de respiração individual controlada (Bric), item que, além de ter uma técnica menos invasiva, tem baixo custo de produção (600 reais) e maior controle.” Em maio, depois de investir 350.000 reais e criar uma linha de montagem na Roboris, Guilherme entregou as primeiras 300 unidades do capacete de respiração individual, interface entre o ventilador mecânico e o paciente.
Dois meses depois, a Bric já foi utilizada em dez hospitais, entre eles o Hospital das Clínicas de São Paulo, e outras 300 unidades estão sendo produzidas. A ideia deu tão certo que Guilherme fundou a Life Tech, braço voltado para a saúde dentro da Roboris, para desenvolver outros projetos na área. “Quando soubemos do primeiro paciente que ajudamos a curar foi algo inesquecível.”