Júnior, pleno ou sênior? Saiba quando se candidatar para cada vaga

rocurar um novo emprego é uma tarefa exaustiva. Dentre as inúmeras variáveis em jogo, uma das mais desafiadoras é entender se seu perfil se encaixa em determinada oportunidade, ou não.

A nomenclatura “júnior”, “pleno” e “sênior” para vagas é a mais consagrada no mundo do trabalho, e já têm níveis de expectativa em relação ao profissional mais ou menos consolidados. Segundo Margareth Machado, especialista em recolocação estratégica no mercado de trabalho, a classificação ajuda profissionais de RH na delimitação do perfil do candidato que buscarão no mercado.

Para ajudar nessa missão, Machado recomenda muita atenção aos detalhes da descrição da vaga. Se nela há tarefas que você já executou, por exemplo, é um indício forte de que você tem perfil adequado.

Entenda quando se candidatar para os diferentes cargos.

Júnior: dando os primeiros passos

Vagas com o perfil júnior são ideais para profissionais em início de carreira: com experiência menor, frequentemente adquirida em estágios. O primeiro emprego se encaixa aqui.

É normal precisar de bastante orientação das lideranças nesta fase, e o melhor é aproveitá-la para adquirir o máximo de conhecimento possível.

Pleno: adolescência

É a categoria mais ampla, pois abrange quem está saindo de uma primeira experiência até níveis maiores de conhecimento.

Para Machado, espera-se cerca de 5 anos de experiência no mercado de trabalho para ocupar uma posição desse tipo – no entanto, não é uma regra escrita em pedra. Vale mais a sua vivência daquela profissão, que não pode ser tão iniciante quanto a de um profissional júnior.

Nesta altura do campeonato, espera-se que o candidato tenha concluído a graduação.

Maior autonomia na realização de tarefas e uma certa proximidade com a liderança também são indicadas (não necessariamente em posições de tomada de decisão, mas uma maior liberdade em realizar as tarefas sem supervisão, por exemplo).

Sênior: preparação para liderança

Estes perfis de vaga procuram pessoas com bastante experiência de mercado, algo perto de 10 anos, ou uma bagagem relevante na área.

Os ocupantes destes cargos recebem tarefas complexas e de maior poder decisório (vide mais responsabilidades nas costas). Espera-se também que consigam executar tarefas estratégicas e projetos importantes.

Quando posso evoluir na hierarquia?

Margareth explica que o perfil de tarefas e projetos que o profissional júnior se envolve na empresa atual é um sinal importante para ele avaliar a sua evolução e entender se está pronto para procurar vagas de nível pleno. Ouvir atentamente os feedbacks da liderança também pode ajudar a entender melhor sua patente.

Se sente que está assumindo mais responsabilidades importantes e precisando de menos orientação da liderança, por exemplo, pode ser a hora de dar o próximo passo.

A boa e velha proatividade pode ser sua aliada: participar ativamente do cotidiano da área e assumir papeis em projetos de maior complexidade criam um cenário favorável para a evolução profissional.

Como tudo na vida, essas categorias têm flexibilidade e dependem de contexto. As regras de seleção não foram escritas em pedra no topo de uma montanha, como umas outras por aí. Tudo depende do seu perfil, do porte da empresa, do tipo de tarefa que você já executou, da sua autonomia enquanto subordinado…são muitas as variáveis que podem afetar essa escolha.

O nome do cargo também não diz tudo sobre ele: em equipes menores, por exemplo, é natural que profissionais juniores e plenos assumam maiores responsabilidades com o passar do tempo.

Se sente que está assumindo mais responsabilidades importantes e precisando de menos orientação da liderança, por exemplo, pode ser a hora de dar o próximo passo

Cuidado com a descrição

Fica o alerta: há empresas que nomeiam vagas como júnior, mas a descrição do posto traz atividades que exigem maior experiência para dar conta delas. Mesma coisa em uma vaga com nome pleno, e responsabilidades sênior. Fique atento para não ter um salário menor do que lhe convém ao executar tarefas de níveis superiores.

Margareth recomenda que os candidatos usem as entrevistas de emprego para esclarecer dúvidas sobre o cargo. Fazer perguntas estratégicas sobre a estrutura da empresa e do setor de atuação, e sobre o escopo da vaga . É uma forma de evitar ser passado para trás e acabar em um posto que paga como uma categoria menor, mas exige o esforço de uma maior.

Ela sugere perguntas que você pode fazer nas primeiras conversas para entender melhor o nível de experiência exigido:

• Quantas pessoas integram a equipe do setor que eu trabalharei:?
• Quais expectativas de resultados a empresa tem para o profissional que será contratado?

Sempre é hora de dar o passo decisivo à frente.