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Como superar a demissão e se desligar do antigo trabalho

Especialistas ensinam a lidar com as emoções após a demissão e evitar atitudes que dificultam a volta por cima

Por Marcia Kedouk
Atualizado em 6 nov 2020, 12h00 - Publicado em 6 nov 2020, 12h00
 (Andrea Piacquadio/Pexel/Reprodução)
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Desligar-se de um emprego, mesmo se a decisão partiu do empregado, pode ser tão doloroso quanto se separar, mostra uma pesquisa com 4 mil participantes conduzida pelo governo do Reino Unido.

“Considerando que passamos mais tempo no ambiente de trabalho do que em nossa casa, é natural que façamos vínculos afetivos”, diz Sueli Fernandes, gerente de inserção profissional da Fundação Mudes, instituição com sede no Rio de Janeiro.

“Nesse caso, a ruptura com a rotina e o convívio é muito difícil. Há ainda a sensação de exclusão, de não pertencimento àquele grupo.”

Ressentir-se é natural. Mas é preciso cuidado para não prolongar o desconforto e, com isso, fechar-se para novas oportunidades. A seguir, especialistas orientam a atravessar esse momento.

Aceite suas emoções
O término de um trabalho é parecido com o luto, com fases a serem vencidas. A primeira é a negação, quando o profissional ainda se sente funcionário da empresa.

“É necessário ‘digerir emocionalmente’ a experiência, vivê-la de forma plena”, diz Renato Spomberg, psicólogo clínico e empresarial.

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“Quando se passa por um momento muito forte de perda, não é possível se distanciar de uma vez. É preciso ir aos poucos, sem tornar-se inconveniente na empresa. Vale conversar com alguém de confiança, saber de algumas situações da companhia, mas cuidar para ir tomando consciência de que não faz mais parte do quadro.”

A segunda fase costuma ser a da raiva ou tristeza, muitas vezes motivada por uma sensação de ter sido injustiçado. Mas desabafar nas mídias sociais é uma cilada.

“As redes são uma vitrine, e cada um deve cuidar da sua imagem pública, de como gostaria de ser visto”, afirma Sueli. “Servir-se desse veículo para publicar frustrações é uma temeridade.” O melhor a fazer é dar um tempo para que tudo se acomode e você consiga ter clareza sobre os aspectos envolvidos na decisão.

Em seguida surge a aceitação – só então será possível avaliar os aprendizados, os erros e os acertos e traçar os próximos passos.

Não leve para o pessoal
Manter o networking com colegas que fazem sentido para a sua trajetória e com quem você construiu afinidade é fundamental. “Mas, se o contato gerar sofrimento no momento, é melhor evitar a prática por um tempo”, afirma Renato.

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“E lembre-se de que os afazeres diários de cada um que ficou na empresa vão causando um esfriamento na relação com quem deixou a companhia”, diz Sueli. “Isso não significa uma animosidade pessoal.”

Faça planos
Os ciclos de carreira estão mais curtos. É provável que um profissional enfrente vários términos de contrato ao longo de sua experiência. O que significa que passará também por muitos recomeços.

“O envolvimento emocional que criamos se sobrepõe à realidade de que o vínculo empregatício é apenas um contrato, como vários outros que celebramos ao longo da vida”, afirma Sueli.

A melhor saída é ter um projeto de futuro, elaborado de acordo com suas reais possibilidades de investimento e desenvolvimento. “Ter objetivos é uma estratégia de motivação para novas etapas que virão”, diz a especialista.

Ao estabelecer metas, uma das primeiras medidas costuma ser voltar a estudar ou buscar uma experiência internacional. Mas considere que o que dá certo para um pode não funcionar para outro profissional. “Se viagens e cursos estiverem realmente ligados ao seu propósito, certamente servirão como acréscimo e enriquecimento do seu projeto.”

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