Não dá para cravar. As listas de bilionários em dinheiro comum existem porque as fortunas estão em ações de empresas. E a posse de ações é um dado público. A de Bitcoins não. Ela é anônima.
Mas alguns grandes detentores mostram a cara. Quem ocupa o topo da lista são os gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss. Os dois ficaram famosos por terem brigado com Mark Zuckerbergs.
Em 2012, a dupla comprou 120 mil Bitcoins. Na época, com o Bitcoin a mais ou menos US$ 10, gastaram US$ 1,2 milhão. Hoje, com a cripto a US$ 30 mil, essa quantia vale US$ 3,6 bilhões.
Outra baleia (whale, gíria para quem tem uma fortuna em cripto) talvez seja Tim Draper, um investidor americano.
Em 2014, ele comprou 29,6 mil Bitcoins num leilão do FBI – a polícia tinha apreendido essa criptograna do Silk Road, um site da dark web que vendia drogas em troca de BTCs.
Ele pagou algo em torno de US$ 20 milhões pelo montante, que hoje vale US$ 888 milhões. Se ele ainda tem isso, é outra conversa.
Mas há um enigma maior nessa história toda. Cientistas da computação descobriram em 2013 que uma única máquina minerou 1,1 milhão de Bitcoins entre 2009, o ano da criação da moeda, e 2010.
Essas criptos nunca foram movimentadas. Acredita-se que esse minerador misterioso seja o próprio Satoshi Nakamoto – pseudônimo do programador anônimo que criou o Bitcoin.
Ele espalhou a notícia em fóruns de programadores (sem que ninguém jamais o visse pessoalmente), e parou de mandar mensagens em 2011.
Caso Satoshi esteja vivo, ele é o sujeito mais rico em cripto, com 5% do total em circulação. E estaria entre os 30 maiores bilionários em dinheiro comum, já que seu stash vale perto de US$ 33 bi.