Foi o golpe criado pelo italiano Charles Ponzi em 1919. O caso rolou em Boston e ficou tão célebre que o termo “esquema Ponzi” é usado para descrever as pirâmides financeiras.
A fraude envolvia o serviço postal dos EUA. Pessoas que viviam em outros países e mandavam cartas para os EUA podiam comprar e enviar um cupom que poderia ser trocado nos EUA pelos selos locais.
Assim, os destinatários não precisavam pagar para responder a correspondência – a postagem já estava pré-paga por quem enviou a carta da gringa.
Por causa da Primeira Guerra Mundial, a economia da Europa estava em frangalhos. Nisso, um desses “cupons-resposta” da Itália, custava apenas ¼ do preço dos selos americanos.
Ponzi pensou no seguinte: comprar enormes quantidades de cupons-resposta na Europa, enviá-los para os EUA, trocá-los pelos selos locais e então vendê-los por dólares a um preço muito maior.
No linguajar econômico, esse tipo de operação é chamado de “arbitragem” – quando você aproveita a diferença de preços de um mesmo produto em locais diferentes.
Ponzi fundou sua empresa, a Securities Exchange Company, e começou a vender sua ideia de investimentos, prometendo 50% de lucro a cada três meses.
Em pouquíssimo tempo, o esquema ficou extremamente popular e atraiu montes de investidores. No começo, os primeiros investidores até recebiam o lucro prometido.
Mas o dinheiro não vinha dos lucros com os cupons, e sim das novas pessoas entrando na pirâmide. O golpista colocava a maior parte no bolso e distribuía o resto para os primeiros investidores.
Um jornal de Boston fez as contas e mostrou: para os lucros prometidos serem entregues para todos, seriam necessários 160 milhões de cupons-resposta. Havia só 27 mil em circulação pelo mundo.
Em agosto 1920, com a reportagem publicada, o esquema ruiu. Ponzi seria preso, deportado para a Itália e terminaria aqui no Brasil – onde morreu, pobre, no Rio de Janeiro.