É a do Kuwait. A cotação está em 0,35 dinares kuwaitianos (KWDs) por dólar.
O Kuwait exporta 1,7 milhão de barris de petróleo por dia. Em números absolutos, nem é tudo isso. A Petrobras (PETR4) sozinha extrai 2,6 milhões.
A população do Kuwait, porém, é uma fração da nossa. São 4,4 milhões de habitantes – menos que os 6,7 milhões da cidade do Rio de Janeiro.
Os dólares que entram lá via petróleo, então, já garantem ao país o sétimo lugar no ranking global de PIB per capita – logo à frente de Estados Unidos e Dinamarca.
E isso ajuda o Banco Central do Kuwait a manter uma política de moeda forte. Grosso modo, eles imprimem pouco dinheiro, mantendo a moeda local valorizada.
Uma das diretrizes do BCK é justamente “não importar inflação”.
Se um iPhone fica mais caro em dólar, por conta da inflação americana, eles tentam compensar valorizando a moeda local, o que mantém o poder de compra dos kuwaitianos.
Por que todos os países não fazem isso de uma vez, então? Porque uma moeda forte em relação ao dólar (e às outras moedas das grandes economias) é uma faca de dois gumes.
Ela torna as importações mais baratas, já que o seu dinheiro compra mais dólar. Mas fica mais difícil exportar, porque os produtos do seu país se tornam mais caros no exterior.
A China, por exemplo, mantém o yuan fraco em relação ao dólar para ganhar mercado pelo mundo (desse jeito, fica mais barato importar da China).
Já o Kuwait não precisa se preocupar tanto com isso, já que a cotação do seu grande produto de exportação é sempre em dólar mesmo, não na moeda local.