Já ouviu falar no termo nepo baby? É a versão abreviada de nepotism baby, “bebê do nepotismo”.
A expressão se popularizou como um cutucão em filhos de famosos que, ao que parece, usam a fama de seus pais para alavancar a carreira. Mas não é só a classe artística que usa do privilégio de berço.
Um estudo realizado pelo centro de pesquisa Opportunity Insights revelou que 30% dos americanos serão contratados pelos pais ou trabalharão na mesma empresa que eles em algum momento até os 30 anos.
Em média, esse empurrãozinho geracional aumenta o primeiro salário em 19%.
A amostra utilizada na pesquisa excluiu os 1% mais ricos da população – o que elimina a distorção causada pelos clãs de nepo babies da elite cultural ou financeira.
Os 10% mais pobres também ficaram de fora, porque a base de dados usada na pesquisa não registra bem trabalho informal e outras fontes de renda dos mais pobres.
Ou seja: os pais retratados na pesquisa geralmente são funcionários de classe média, que recomendam seus filhos aos patrões – ou pequenos empreendedores que recebem ajuda em um negócio familiar.
Claro, a riqueza permanece uma variável importante, mesmo com o recorte que exclui os extremos. Quanto mais dinheiro têm os pais, mais provável é que os filhos trabalhem para as empresas deles.
Também há um recorte de gênero: filhas têm 2x mais chances de serem contratadas pelos negócios de suas mães, enquanto os filhos têm 1,5 mais chances de trabalharem com seus pais.
Por fim, há o racismo: cerca de 4% da desigualdade salarial média entre homens negros e brancos é oriunda dos cargos conseguidos pelos pais dos homens brancos.
Curiosamente, porém, esse efeito não se aplica às mulheres negras, que – pelo menos nos EUA – são nepo babies com a mesma frequência que as brancas.