O que foi o Consenso de Washington?

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Foi um pacotão padronizado de dez mudanças na política econômica e monetária que o Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendava aos países em desenvolvimento ao longo dos anos 1990.

A lista focava nos países latino-americanos e nas ex-repúblicas soviéticas que queriam se aproximar do Ocidente. Ela foi elaborada pelo economista britânico John Williamson e adotada de vez em 1989. 

Como os órgãos envolvidos (o Banco Mundial, o Depto. do Tesouro dos EUA e o próprio FMI) ficam todos sediados em Washington, o nome pegou.

O consenso consistia em várias premissas clássicas do livre-mercado e da escola de pensamento ortodoxa: manter uma dívida pública baixa, privatizar estatais, reduzir barreiras comerciais…

O objetivo era deter inflação crônica e outros problemas fiscais e monetários que os governos locais com frequência tentavam resolver com planos heterodoxos mirabolantes.

Por aqui, tivemos congelamento de preços do Sarney e o confisco de poupanças do Collor, por exemplo. Ambos fracassaram. 

Especialistas de postura mais keynesiana, que defendem algum grau de intervenção do Estado na economia, torciam o nariz para o consenso – bem como líderes de esquerda de várias partes do mundo.

Não ajudava o fato de que o FMI cobrava obediência às suas diretrizes como uma condição para emprestar dinheiro às nações quebradas.

Os opositores encaravam essas condições como um desafio à soberania de seus países. Ideologia à parte, houve governos de esquerda que implantaram itens do consenso com sucesso. 

O caso mais famoso é a equipe econômica do primeiro mandato de Lula. Em 2005, o Brasil quitou sua última dívida com o FMI, de R$ 15,5 bilhões, contraída em 2002. 

Em 2009, pela primeira vez, nós emprestamos dinheiro ao Fundo em vez de pegar emprestado.

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