Diariamente, bancos trocam entre si empréstimos de um dia só, que existem para que nenhuma instituição financeira durma no cheque especial.
Esse troca-troca de dinheiro é o Depósito Interbancário (DI). Como todo empréstimo, há uma taxa de juros.
Como o risco de um calote é virtualmente zero, o normal é cobrar algo muito próximo da Selic. Na prática, as taxas se equivalem. DI = Selic.
Os bancos pagam um juro pequeno: a Selic anual expressa em sua forma diária. Grosso modo, a taxa divida pelo número de dias úteis do mês (252 em 2022).
Para uma Selic de 10,75% ao ano, temos algo próximo de 0,04% ao dia. A gente sabe qual é a Selic hoje, mas não há garantia nenhuma de como ela vai estar daqui um mês, um ano ou cinco anos.
Para o curtíssimo prazo, sem problemas. Só que bancos vivem de longo prazo. Quando você pega um crédito pessoal, o banco te dá dois anos para pagar.
No financiamento do carro, três a quatro anos. Casa própria, até 30. Se o juro sobe demais nesse período, o banco se estrepa. O mercado financeiro criou, então, o DI futuro para se proteger.
São contratos que servem para negociar as taxas de juros futuras. Exemplo: um banco tem muitos financiamentos a 10% ao ano, e começa a temer que a Selic vá, tipo, para 15% lá na frente.
O problema: o banco arruma dinheiro vendendo CDBs. E paga um valor próximo da Selic por essa grana. Se ele recebe 10% de um lado e paga 15% de outro, a conta não fecha.
Para se precaver, ele pode comprar contratos de juro futuro a 10%. Quem vende isso? Alguém que aposta na queda da Selic. Se ela for a 7%, esse alguém ganha – pois irá receber a diferença de 3%.
Para se precaver, ele pode comprar contratos de juro futuro a 10%. Quem vende isso? Alguém que aposta na queda da Selic. Se ela for a 7%, esse alguém ganha – pois irá receber a diferença de 3%.