Não é amortização de dívida. O “A” é primo do “D” (Depreciação): se a empresa tem uma máquina, e ela vale R$ 1 milhão, ela é um bem da companhia.
Agora, se de um ano para o outro a máquina ficou ultrapassada e o valor de mercado dela caiu para R$ 700 mil, o total de bens da companhia passa a valer menos.
A empresa, então, pode pegar esses R$ 300 mil de diferença e descontar do lucro. Pra quê? Para pagar menos imposto sobre o lucro.
Por isso que “Ebitda”, a sigla em inglês, significa “Lucro Antes de Juros (das dívidas), Impostos, Depreciação e Amortização”. O lucro contábil, o que vale mesmo, vem depois desses débitos.
A amortização é a depreciação de algo abstrato, intangível. Pensa numa companhia farmacêutica que tem uma patente. Ela não dura para sempre.
Em alguns anos, a fórmula fica liberada para o mercado de genéricos. Uma patente que ainda tem 10 anos de validade, é um bem mais precioso do que uma patente que vai expirar logo.
Aí é a mesma lógica da máquina que ficou velha. A empresa assume que, num ano tal, a patente valia R$ 1 milhão no mercado, e que, 12 meses depois, passou a valer R$ 700 mil.
Por essas que o conceito de Ebitda é tão popular. Ele passa uma ideia mais clara do tanto de dinheiro que a empresa realmente fez no trimestre, já que não contabiliza esses descontos.