O que está acontecendo na China? Nas últimas semanas, o país tem assustado os mercados globais.
Isso porque o gigante asiático, principal motor do crescimento global com seu apetite insaciável para commodities, vem desapontando com dados econômicos ruins .
Não só a crise estava fora do radar como se esperava o contrário. Desde do final de 2022, quando o país abandonou sua draconiana política de Covid-zero, economistas previram uma rápida recuperação.
Mas a retomada chinesa tem se mostrado sucessivamente menos animadora do que o esperado, com toda uma série de dados vindo abaixo do esperado por analistas.
Isso inclui números de consumo, produção industrial, mercado de trabalho, exportações e importações
Bancos correram para atualizar suas projeções, e agora algo raro pode acontecer: a China talvez não bata a meta de crescimento estabelecida por Pequim para 2023, de 5%.
Pesa também que o gigantesco setor imobiliário passa por uma nova crise. Construtoras estão altamente endividadas e a demanda por suas construções caiu.
Elas ameaçam dar calote, o que pode gerar um efeito dominó crítico. O segmento foi fortemente estimulado pelo governo nas últimas décadas, gerando uma espécie de bolha, que agora pode estourar.
Há quem diga que o buraco é mais embaixo. O Wall Street Journal decretou que é o “fim do boom de 40 anos da China”.
É uma desaceleração que lembra a do vizinho Japão, hoje estagnado há décadas de um forte boom no século 20.
Há uma mudança significativa no governo chinês: menos estímulos. Xi Jinping e sua turma até vêm prometendo ajudar a economia capenga, mas as medidas, até agora, têm sido amenas.
Economistas entendem que há uma mudança na perspectiva de Pequim, que quer evitar estímulos artificiais, pouco sustentáveis – como aquele feito ao segmento imobiliário.