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Usiminas cria sistema integrado de saúde

Ao implementar o "SUS", a siderúrgica reduziu o número de afastamento por doenças e evitou 75% das lesões osteomusculares

Por Ursula Alonso Manso
Atualizado em 5 dez 2020, 19h13 - Publicado em 21 dez 2017, 04h00

A fabricante de aços Usiminas sempre investiu em ações de bem-estar, mantendo equipes médicas em suas unidades, subsidiando o plano de saúde dos empregados e realizando iniciativas de prevenção de doenças, como palestras e campanhas de vacinação.

A companhia tem a Fundação São Francisco Xavier para operar um plano de saúde próprio com mais 144 000 vidas (entre funcionários e dependentes) e administrar o também próprio Hospital Márcio Cunha, na cidade mineira de Ipatinga, com 543 leitos — a fundação atende ainda trabalhadores de outras organizações, como Vale, Banco do Brasil e Petrobras.

Empregando 12 000 pessoas e atuando em dez endereços, o tamanho nunca foi um problema para a corporação. A questão estava na falta de padronização dos procedimentos médicos. Dois pacientes com a mesma CID (código internacional para classificar doenças) podiam ter tratamento diferente — um sendo afastado do serviço, e outro apenas recebendo medicação, de acordo com o local de atendimento. “Depois da folha de pagamentos, a saúde é o maior custo nos dias de hoje”, afirma Luiz Márcio Ramos, diretor de recursos humanos da Usiminas. Apenas em 2016, a siderúrgica perdeu 153 000 dias de trabalho devido aos afastamentos, principalmente em razão de lesões no sistema osteomuscular. “Eram aqueles casos de dor na coluna ou no joelho que nós identificávamos e tratávamos isoladamente.” A saída foi investigar a fundo o que fazia as pessoas adoecer e atacar as causas.

A SOLUÇÃO

No final de 2015, Ramos montou um grupo de 25 pessoas — administradores, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas de diversas unidades ­— para entender os problemas de saúde. Coordenada pelo RH, a equipe realiza videoconferência a cada 15 dias e se reúne presencialmente uma vez por mês.

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Uma das principais ações do time foi tirar médicos e enfermeiros de seu  consultório e levá-los aos postos de trabalho para observar o funcionário em ação e entender os fatores de risco aos quais estava exposto. “Queríamos tratar a empresa, não o empregado.”

A saúde na Usiminas, antes mapeada e diagnosticada localmente, passou a ser analisada de forma global nas dez unidades. “A ideia era deixar de olhar apenas o indivíduo para pensar no bem-estar do todo, pois o modo de vida de cada um pode afetar sua saúde, mas as questões ergonômicas do ambiente de trabalho também influenciam”, afirma o executivo.

A partir daí nasceu o Sistema Integrado de Saúde Usiminas (Sisu), para padronizar processos e reproduzir as melhores práticas de bem-estar adotadas na corporação. Surgiram grupos de apoio a diabéticos, obesos e gestantes; e foi criado um programa específico para combater as lesões osteomusculares. Batizado de Superar, o projeto compreende consultas, sessões de fisioterapia e estímulo à prática de esportes, auxiliando os participantes a abolir o uso de analgésicos e relaxantes musculares.

O RESULTADO

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A Usiminas unificou as equipes médicas que atendiam os empregados e os 6 000 terceirizados em cada um dos endereços em busca da padronização nas abordagens. “Revimos também os horários de atendimento dos consultórios, já que as usinas operam durante 24 horas e precisam de pelo menos um profissional de saúde presente o tempo todo.” Essa reestruturação resultou numa economia de 1,5 milhão de reais em 2016.

A procura espontânea pelo projeto Superar, que atualmente conta com 2 900 participantes, ficou quase 30% acima das vagas inicialmente abertas. “A propaganda boca a boca contou muito aqui”, diz Ramos. As orientações sobre como agachar, levantar ou suportar peso ajudaram a empresa a evitar cerca de 75% de casos de afastamento do trabalho por lesões osteomusculares. A quantidade de dispensas médicas de até 15 dias teve queda de 18%, enquanto o número de funcionários afastados por mais de uma quinzena diminuiu 20% no ano passado.

Luiz Márcio Ramos, que acumula o cargo de diretor da Fundação São Francisco Xavier, também adotou a estratégia na própria instituição. Lá, os dias de serviço perdidos por doenças caiu de 15 382 para 13 398 de 2014 a 2016. O dado, diz o executivo, é inversamente proporcional ao número de profissionais, que subiu de 3 809 para 4 159 nos últimos dois anos. Agora, seu próximo desafio é expandir o Sisu para as companhias clientes da fundação.


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